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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Amigos do facebook emigrados para a Califórnia



ISALINO SANTOS – O FADISTA DO PORTO JUDEU



A minha ligação ao Porto Judeu porque lá passei grande parte da minha infância, faz-me recordar com saudade esse tempo. Não se trata de um saudosismo “à-Salazar”, mas tão somente pelo que a freguesia passava naquele tempo, com várias peripécias que, inclusivamente, colocaram famílias “brigando” umas com as outras. Cigano ou Castelhano? Barreiro ou Leões? Uns
não iam aos jogos do outros, uns não iam aos espetáculos (comédias) do rival por assim dizer. Mas hoje o Porto Judeu é uma freguesia diferente, mais unida num todo. Por isso, entre o saudosismo e o tempo hodierno, opto pelo segundo. Union Faite La Force!
Passava a época estival e alguns finais de semana na estação invernosa no Porto Judeu. Viajando sempre no velho autocarro da EVT que era conduzido pelo tio Chico pai do Isalino Santos. O Isalino que chegou mesmo a ser cobrador. Pai e filho duas pessoas de um extraordinário fino trato. O tio Chico mais calado e sempre cuidadoso na condução entre Angra e o Porto Judeu. E sempre certinho no horário de saída, quer de Angra (o José Louro andava sempre por ali) quer do Porto Judeu para a cidade como era vulgar dizer-se.
Os tempos passaram e eis que Isalino Santos, com uma voz timbrada, desponta para o fado. E algumas vezes o vi cantar na esplanada do Marítimo. Estava o Porto Judeu bem representado, sem sombra de dúvidas.
Isalino Santos também emigrou para a Califórnia e lá não deixou de ser fadista, participando em vários espetáculos de beneficência e não só. Sempre presente junto da comunidade portuguesa, nomeadamente a açoriana e maior incidência os terceirenses. Uma figura de destaque, pelo seu caráter, humanismo q.b. e os seus atributos como fadista. É caso para se dizer HÁ FADISTA DO PORTO JUDEU.
Isalino Santos, forte como é sentimentalmente falando, ultrapassou uma fase difícil após a morte de sua estimada esposa. Continua bem presente junto da comunidade portuguesa. Salvé, Isalino Santos, o fadista de voz encantadora. Só não descobri se, no tempo das rivalidades no Porto Judeu,  ele era Cigano ou Castelhano. Meia-meia não podia ser.

 
                                                                             

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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