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485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

terça-feira, 18 de julho de 2017

Da conceituada atriz Cidah Viana




CLARINHA – Nossa! Eu não tinha enxergado uma oração em meu poema. Mas agora que o senhor me ensinou a ver Deus em tudo, e vendo Frei Luís triste daquele jeito... Agora sei que Rosa de Freitas Souza rezou quando fez um Apelo:
O meu riso mecânico
incrustado na parede
é vontade de pintar
em todos os muros
riscos mais fortes
do mais escuro carvão.
A minha mensagem dura
para homens lerem
em todos os postes e muros
a urgência que há nas notas
de um grito em solidão.
(SAEM CONVERSANDO... FREI FRANCISCO VAI ONDE FREI LUÍS ESTÁ)
FREI FRANCISCO – Vamos fazer uma oração, Frei Luís, assim quem sabe o senhor acalma seu coração.
FREI LUÍS– Tem razão, Frei Francisco, como diz Edson Gonçalves Ferreira:

Este é meu corpo

Paira Luz sobre minha cabeça,
que assombra os homens, todos os homens, todos,
todos os dias.
Carrego Deus comigo na fraca dimensão da minha carne.
Eu sou o filho do Filho escolhido,
um Moisés novo e prazeroso,
um João amoroso. Eu, em qualquer tempo,
em qualquer espaço, não largo Deus, alargo.
Eu O agarro por inteiro
e no cheiro
e no gosto
e no calor das coisas.
Com Ele ascendo aos céus na terra.
Com Deus agarrando em mim sou tudo,
tudo faço,
tudo permito com humanidade
e humilde. A carne feita para a oferta no
"Este é meu corpo, tomai e comei."

MÚSICA. PASSAGEM DE TEMPO
(NOVIÇA MARIA RITA ESTÁ NA CAPELA CHORANDO, ENTRA MADRE ESPERANZA)
MADRE ESPERANZA - Noviça Maria Rita, você está chorando?
MARIA RITA – Madre Esperanza, eu estou tão triste, me fale do sofrimento para que eu possa derramar todas as lágrimas amargas que estão dentro de mim.
MADRE ESPERANZA – Olha, tem um poema de Maria Aparecida Camargos Freitas, que se chama Canção.

Não quero só cantar o sofrimento.
Há alegrias que iluminam o dia:
o riso da criança,
a flor que vem à vida,
desabrochando a cor.

O pássaro que voa no firmamento
e tem a visão do planeta em
movimento,
e pode contemplar a cachoeira
descendo a montanha como líquido
cristal.

Quero cantar a árvore robusta
que aprofunda raízes
e vai buscar no solo o seu sustento.
Árvore que lança seus galhos ao céu,
como preces em lamento.

Que se enfeita de flores
a cada primavera e que
no outono atapeta de ouro o chão.
Cantar o coração
como amor remido
um beijo desejado e nunca consentido.

Cantar a luz do sol e a palidez da lua.
Com essa canção e melodia do vento,
dança a nuvem no céu

um tango de Gardel!
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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