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sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Hoje na ilha da Madeira - Homenagem ao velho Max (5)


 Fadista, ator e músico popular, Maximiano de Sousa nasceu a 20 de janeirode 1918, no Funchal, faleceu a 29 de março de 1980, em Lisboa. É o maisfamoso músico madeirense a nível nacional e internacional. 
Apaixonou-se pelo fado logo em criança. Alimentava o sonho de ser barbeiro, numa altura em que os salões por vezes se transformavam em
autênticas tertúlias fadistas. A morte do pai, aos 14 anos, forçou-o a começar cedo a trabalhar. Seguiu o ofício de alfaiate, nunca deixando, de forma amadora, de se dedicar ao fado. Aos 16 anos, foi para os Açores, com um grupo de amadores, e ali permanece dois anos a cantar. De regresso à Madeira, começou a atuar aos fins de semana em clubes locais e boites, não só o fado, mas sobretudo êxitos da música ligeira internacional, em locais como o Hotel Bela Vista. Aos 25 anos integrou o Conjunto Tony Amaral, desempenhando as funções de vocalista e baterista. 

Em 1946, partiu para Lisboa onde cimentou a sua carreira. Inicialmente, comConjunto Tony Amaral, em locais como o Clube Americano e o Nina. Foicom este grupo que gravou o seu primeiro disco, em 1949. Depois, ganhounotoriedade a solo, e construiu uma carreira muito profícua e aplaudida,dividindo-se entre o fado e canções populares e humorísticas. A suapopularidade levou-o também ao teatro de revista, a partir de 1952, tendoparticipado em peças como Saias Curtas Cala o Bico Peço a Palavra Mão à Obra Mulheres à vista .

Teve uma longa carreira internacional, com concertos na Alemanha, Brasil,Canadá, Austrália, Argentina, Venezuela, Espanha e Áustria. Mas comprincipal destaque nos Estados Unidos, onde viveu mais de dois anos, e chegou a participar no programa de Gourucho Marx na NBC. 

Para o seu reportório de música popular, escreveu temas com tal fama quehoje se confundem com a música tradicional madeirense, como é o caso do"Bailinho da Madeira" e da "Mula da Cooperativa". No fado, tambémescreveu vários temas, que marcam a história da canção de Lisboa. Entreoutros, "Vielas de Alfama" (com Artur Ribeiro), "Nem às Paredes Confesso"(com Artur Ribeiro e Ferrer Trindade), "Fiz Leilão de Mim" (com ArturRibeiro) ou "Lamentos" (com Domingues Gonçalves Costa). E destacou-se nainterpretação de outros temas como "A Rosinha dos Limões" (Artur Ribeiro),"A Júlia Florista" (Joaquim Pimentel/Leonor Vilar) ou "Carta de um Soldado"(José Galhardo/Raul Ferrão). Era regularmente acompanhado pelo Conjunto de Guitarras de Raul Nery. 
Tem uma extensa discografia, com dezenas de EP, como era hábito na época. Destacam-se as coletâneas, editadas em CD, O Melhor de Max vol. 1 e 2 ,Biografias do Fado Pomba Branca Saudade Bailinho da Madeira todas com edição da Emi-Valentim de Carvalho. 
Em 1979, o Governo Regional da Madeira homenageou-o num espetáculo que decorreu no Funchal. Max, que sofria do coração, morreu, de forma súbita, no ano seguinte, quando saía de um restaurante, em Lisboa.




Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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