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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Uma joia açoriana que conquistou Portugal - Carlos Alberto Moniz


CARLOS ALBERTO MONIZ E MARIA DO AMPARO por João Carlos Callixto


Dez 1979 - "Eu Deixei a Minha Terra"

Nascidos em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo fizeram dupla na música e na vida. Depois de o primeiro ter surgido no programa “Zip-Zip”, em 1969, a estreia em disco dá-se no ano seguinte. Primeiro através da participação no álbum “Cantaremos”, de Adriano Correia de Oliveira, e depois através do EP “Açores”, onde Carlos Alberto Moniz grava temas populares como “São Macaio” ou “Pezinho da Vila”.


Em 1972, a dupla Moniz e Amparo é anunciada com um disco de folclore dos Açores - “Na Rota dum Sol Azul” - e com um outro para crianças - “A Cidade das Toninhas”. “Trevo de Maio”, interpretado a solo por Maria do Amparo mas gravado em disco pelo casal, vence o Festival da Canção da Figueira da Foz de 1973, num ano em que os dois concorrem também ao Festival RTP da Canção integrando o quarteto Improviso, com Manuel José Soares e Ana Maria Teodósio.

Depois do 25 de Abril, “A Mim Não Me Enganas Tu” ou “Companheiro Vasco” são dois dos hinos da dupla e que se ouvem na boca de muita gente. Como membros do Grupo Outubro, fundado em 1975, gravam dois álbuns, mas nem por isso a sua produção abranda. Em 1977, chega o LP “Fungagá da Bicharada”, com músicas do programa da RTP.

A nossa música de hoje, “Eu Deixei a Minha Terra", foi editada em single em 1978, pela Telectra, e trazia “A Vida de Quem Trabalha” no lado B. Ambas as composições são da autoria de Alfredo Vieira de Sousa, também músico no Grupo Outubro. No videoclip de “Eu Deixei a Minha Terra” surge a filha do casal, a futura cantora e actriz Lúcia Moniz – que, com menos de dois anos, tinha já participado num disco em 1978, com letras de Mário Castrim e músicas da cantora Ana Maria, e gravado pelo colectivo Malta Alegre, onde estavam os seus pais.


Zarabadim”, o espetáculo infantil de José Fanha e Carlos Alberto Moniz

ZARABADIM começou por ser uma série de televisão escrita e gravada em 1984. Nos bastidores de um teatro, um menino e uma menina veem um mágico a ensaiar os seus truques. Quando o mágico sai, os dois meninos resolvem entrar no chapéu para verem onde é que nasce a magia. É claro que é difícil entrar num chapéu e só o conseguem graças a pozinhos de perlimpimpim e à palavra mágica ZARABADIM. Os dois descem, descem, descem e vão ter ao mundo da magia onde conhecem o Palhaço, a Bailarina, a Galinha, o Pinguim e o Livro-que-sabe-tudo.
Com eles, brincando, vão conhecer as letras, os números, as cores, as palavras, as horas de uma forma divertida e aventurosa. E vão ainda refletir sobre o medo, a pressa e o nascimento porque todo o mergulho na fantasia é também uma forma de renascer para o conhecimento que foi depois a preocupação de outros programas a começar pela própria “Rua Sésamo”.
ZARABADIM, agora no teatro, com texto de José Fanha e música de Carlos Alberto Moniz (autores da série original) pretende celebrar essa série televisiva, trabalhando o seu entrecho de uma forma nova e atualizada, teatral e não televisiva, mas igualmente divertida, num cruzamento de magia e brincadeira.
Os próprios espectadores entram pelo chapéu para a plateia que os leva a assistir à ação que transforma o palco no que será o “fundo do chapéu”, o mundo da fantasia, das palavras, das letras
O Livro-que-sabe-tudo procura contar a história original mas é permanentemente interrompido por um sem número de acontecimentos, protestos, confusões, jogos e brincadeiras onde os outros personagens cruzam memórias do programa de televisão com novas formas de articular e dar vida aos elementos estruturantes da aprendizagem básica de uma criança; para isso José Fanha e Carlos Alberto Moniz criaram um novo texto e novos arranjos musicais.
Os primeiros personagens são o Livro-que-sabe-tudo e o Palhaço. O primeiro é uma espécie de dicionário, enciclopédia, atlas, livro de histórias ou de antepassado dos computadores, o outro é princípio do brincar como ação que melhor conduz o crescimento da criança.
Segue-se o Pinguim Parafuso Pistarim, o cientista, inventor de todas máquinas, as necessárias que nascem de braço dado come as mais impossíveis e delirantes como a Palavreira que produz palavras novas ou a máquina de passar por dentro.
A Bailarina é a nossa princesa, boneca, artista lírica, pura e ingénua em busca da beleza.
A Galinha é a mãe que põe ovos e dá origem a tudo. A mãe que protege e alimenta. A mãe que protesta e barafusta mas que está sempre disposta a ajudar e a ensinar os filhos no seu crescimento.
ZARABADIM desenrola-se numa estética que vai do trabalho de clown ao teatro musical, passando pela manipulação de marionetas e as sombras chinesas, e parte da ideia de que conhecer é bom. Conhecer é divertido. Conhecer é uma festa.
E para conhecer temos de começar pelas palavras. Porque é de palavras que se faz o conhecimento.
É com palavras que podemos falar uns com os outros. E connosco próprios.
Também é com palavras que se conta uma história e é com a palavra “ZARABADIM” que os convidamos a entrar neste mundo mágico.
 FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
autoria JOSÉ FANHA

música original CARLOS ALBERTO MONIZ
encenação, cenografia e figurinos PAULO OOM
elenco ANDRÉ ALBUQUERQUE, CATARINA MAGO, HÉLDER GAMBOA, LUÍS MOREIRA e SOFIA RAMOS
operação de som e luz JOÃO NEVES
design gráfico GONÇALO FERREIRA
fotografia MARGARIDA NUNES
adereços NATÉRCIA COSTA
colaboradores SARA SANTOS, FLORIVAL FELIPE E CARLOS SILVA
guarda-roupa MANUEL MOREIRA e ROSÁRIO BALBY
colaboradores VERA SILVEIRA E JOSÉ TEIXEIRA
cenário ANTÓNIO PLÁCIDO, JOSÉ FRANÇA, JOSÉ MANECAS E RUI TRINDADE
promoção (Tenda) MIGUEL MANAÇAS
coprodução TENDA PRODUÇÕES e MALAPOSTA

APOIOS

Junta de Freguesia de Carnide, Natural Hair Spa e Turismo de Lisboa


Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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