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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Homenagem ao grande escritor-jornalista Baptista Bastos



Recordar Batista Bastos
Carlos Alberto Alves
Sempre fui um apaixonado pela literatura escrita pelo punho de Batista Bastos, inclusive, se a memória não me atraiçoa, quando ele passou pelo jornal A Bola com as suas deliciosas crónicas. Em A Bola, Batista Bastos e José do Carmo Francisco eram os meus preferidos no que concerne a colunistas-colaboradores.

Francamente, não acompanhei nos últimos tempos os escritos deste ilustre
jornalista-romancista. E podia tê-lo feito através de pesquisas na internet. Mas a verdade é que não o fiz, eu me confesso. Porém, para recordar esse extraordinário vulto da literatura portuguesa, deixo aqui um texto da autoria de outro reconhecido jornalista-escritor, natural da minha terra, de nome Joel Neto:
“Uma das histórias com que me praxaram no jornalismo falava do destino de Batista Bastos após o fecho da revista "Época", nos anos 90. Peso pesado, ele fora contratado como aquilo que era: uma estrela. Mas, quando o projeto fracassara, tornara-se dispendioso despedi-lo - e, portanto, a opção fora transferi-lo para a "Segredos de Cozinha", forçando-o a desistir... Confesso que nunca averiguei a veracidade da história, desde logo porque era boa de mais para deixar que a verdade a estragasse. Imaginar uma referência como Batista Bastos a redigir todos os dias receitas de bacalhau com natas tinha aquela combinação (oh, crueldade) de susto e de comédia, de solidariedade e de alívio que alimenta os thrillers. Mas quase todos os dias me lembro dela, agora a pretexto do futebol português, e já sem vontade de rir. Não é isso, afinal, que os grandes clubes estão a fazer, sempre que pegam num jogador contratado para a equipa principal e o relegam para a equipa B, por castigo ou para desgastá-lo, até que aceite baixar o ordenado ou se deixe vender ao primeiro interessado? Não é (com todo o respeito) enfiá-lo na "Segredos de Cozinha", isso? Julgo que sim, em todos os casos menos naqueles em que a equipa B é desde o início apresentada como um destino possível. Coisa provavelmente ilegal, porque, mesmo não contrariando a letra do contrato, contraria o seu espírito. Se nunca foi disputada, é porque os jogadores em tal situação já estão fragilizados. Mas, assim continue esta dança, não tarda os agentes começam a impor cláusulas preventivas nos contratos dos miúdos que cá colocam. E, então, sim, eu quero ver nós continuarmos a ser o entreposto que hoje somos - e a lucrar o que hoje lucramos com isso -, se a Roménia, Chipre e tantos outros podem desempenhar esse papel tão bem como nós já o desempenhámos...”.


Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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