06 de Novembro de
2013
A notícia apanhou-me de surpresa. Aliás, uma notícia bastante triste.
Faleceu Elvino Coelho Bettencourt, um dos maiores futebolistas dos Açores e
que, inclusivamente, passou pelo Belenenses. Como treinador, sempre
ao serviço do "seu" Lusitânia, impôs-se pelo seu talento e
competência na condução de homens. Com ele trabalhei no clube em 1972, quando
fomos chamados de emergência, visto que os técnicos que lá estavam se demitiram
e, também
, parte do departamento de futebol, lugar que fui ocupar. Foi um grato
prazer estar ao lado do amigo Elvino. Ainda há poucos dias,antes do seu
falecimento, havia escrito um artigo relacionado com este carismático
treinador, muito querido pela massa associativa do Lusitânia.
Elvino Bettencourt deixou, como futebolista e técnico, uma obra no Lusitânia e
que jamais poderá ser esquecida.
Perdi mais um amigo do coração, mas a vida é assim mesmo.
Desde muito jovem que admirava Elvino como futebolista. Delirava com as suas
rápidas entradas pelo flanco direito, muitas vezes visando a baliza com êxito e
em outras, servindo de bandeja os seus companheiros do ataque lusitanista,
nomeadamente Macoco com quem se entendia perfeitamente. Uma grande dupla sempre
bem municiada por Ângelo Faria, outro verdadeiro estratega que passou pelo Lusitânia.
Lembro-me perfeitamente quando Elvino regressou à Terceira depois de ter
passado pelo Belenenses, nas épocas em que os azuis de Belém ainda utilizavam o
Campo das Salésias. Mais tarde, e quando passei a fazer parte do grupo de
amigos de Elvino, contou-me muitas peripécias ocorridas no Belenenses,
inclusive histórias do Lucas da Fonseca, vulgarmente conhecido por Matateu.
Em 1972, o Lusitânia enfrentou uma crise nos eu seio, isto é, técnicos e
departamento de futebol. Técnicos que se demitiram e, também, um membro do
departamento de futebol. Elvino Bettencourt, uma vez mais, foi chamado para
treinador da equipa principal (naquele tempo havia reservas), acompanhado por
outro amigo, Alberto Pereira Cunha, também falecido. De imediato, fui também
convidado para colmatar a vaga no departamento de futebol, estava eu no Rádio
Clube de Angra no programa desportivo. Aceitei e foi um grato prazer trabalhar
com o Elvino. Nessa época, o Lusitânia comemorou as suas “Bodas de Ouro” com a
presença do Sporting, mas antes estivemos no Faial no aniversário do Fayal
Sport Clube, num torneio quadrangular – Lusitânia, Sporting, Fayal e Atlético
-. Na final o Sporting da Horta venceu o Lusitânia na transformação de grandes
penalidades.
Pelo tempo fora, também como jornalista, fui acompanhando a carreira
de Elvino Bettencourt como treinador, isto até à derradeira época em que esteve
no clube, ou seja, antes do Lusitânia ingressar no escalão terciário do futebol
nacional.
Entre muitos amigos e dirigentes do clube verde-e-branco, fui daqueles
que, também, incentivei Elvino Bettencourt a estagiar no Sporting, quando Mário
Lino lhe colocou essa hipótese. Elvino esteve 15 dias em Alvalade acompanhando
os trabalhos do técnico inglês Ronnie Allen, que tinha como adjunto o Mário
Lino.
Elvino Coelho Bettencourt tem um contributo muito grande dentro do futebol
açoriano e foi, inquestionavelmente, uma das maiores figuras que faz parte do
historial do Lusitânia.
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