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terça-feira, 20 de março de 2018

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 Em memória de Elvino Coelho Bettencourt
 06 de Novembro de 2013

A notícia apanhou-me de surpresa. Aliás, uma notícia bastante triste. Faleceu Elvino Coelho Bettencourt, um dos maiores futebolistas dos Açores e que, inclusivamente, passou pelo Belenenses. Como treinador, sempre ao serviço do "seu" Lusitânia, impôs-se pelo seu talento e competência na condução de homens. Com ele trabalhei no clube em 1972, quando fomos chamados de emergência, visto que os técnicos que lá estavam se demitiram e, também
, parte do departamento de futebol, lugar que fui ocupar. Foi um grato prazer estar ao lado do amigo Elvino. Ainda há poucos dias,antes do seu falecimento, havia escrito um artigo relacionado com este carismático treinador, muito querido pela massa associativa do Lusitânia.

Elvino Bettencourt deixou, como futebolista e técnico, uma obra no Lusitânia e que jamais poderá ser esquecida.
Perdi mais um amigo do coração, mas a vida é assim mesmo.

Desde muito jovem que admirava Elvino como futebolista. Delirava com as suas rápidas entradas pelo flanco direito, muitas vezes visando a baliza com êxito e em outras, servindo de bandeja os seus companheiros do ataque lusitanista, nomeadamente Macoco com quem se entendia perfeitamente. Uma grande dupla sempre bem municiada por Ângelo Faria, outro verdadeiro estratega que passou pelo Lusitânia.

Lembro-me perfeitamente quando Elvino regressou à Terceira depois de ter passado pelo Belenenses, nas épocas em que os azuis de Belém ainda utilizavam o Campo das Salésias. Mais tarde, e quando passei a fazer parte do grupo de amigos de Elvino, contou-me muitas peripécias ocorridas no Belenenses, inclusive histórias do Lucas da Fonseca, vulgarmente conhecido por Matateu.
Em 1972, o Lusitânia enfrentou uma crise nos eu seio, isto é, técnicos e departamento de futebol. Técnicos que se demitiram e, também, um membro do departamento de futebol. Elvino Bettencourt, uma vez mais, foi chamado para treinador da equipa principal (naquele tempo havia reservas), acompanhado por outro amigo, Alberto Pereira Cunha, também falecido. De imediato, fui também convidado para colmatar a vaga no departamento de futebol, estava eu no Rádio Clube de Angra no programa desportivo. Aceitei e foi um grato prazer trabalhar com o Elvino. Nessa época, o Lusitânia comemorou as suas “Bodas de Ouro” com a presença do Sporting, mas antes estivemos no Faial no aniversário do Fayal Sport Clube, num torneio quadrangular – Lusitânia, Sporting, Fayal e Atlético -. Na final o Sporting da Horta venceu o Lusitânia na transformação de grandes penalidades.
Pelo tempo fora, também  como jornalista, fui acompanhando a carreira de Elvino Bettencourt como treinador, isto até à derradeira época em que esteve no clube, ou seja, antes do Lusitânia ingressar no escalão terciário do futebol nacional.
Entre muitos amigos e dirigentes do clube verde-e-branco, fui daqueles que, também, incentivei Elvino Bettencourt a estagiar no Sporting, quando Mário Lino lhe colocou essa hipótese. Elvino esteve 15 dias em Alvalade acompanhando os trabalhos do técnico inglês Ronnie Allen, que tinha como adjunto o Mário Lino.
Elvino Coelho Bettencourt tem um contributo muito grande dentro do futebol açoriano e foi, inquestionavelmente, uma das maiores figuras que faz parte do historial do Lusitânia.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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