NELSON PAIVA UM AMIGO QUE ESTEVE SEMPRE PRESENTE
Há
uns anos atrás estava eu de férias no Faial e fui no bote do Clube Naval da
Horta, na companhia do José Dec Mota, família e amigos, passar os últimos dois
dias da Semana Cultural das Velas, evento do qual fiz algumas coberturas em
edições anteriores a convite do presidente da edilidade velense, o amigo
António
Silveira. Por felicidade minha, encontrei nas Velas o Nelson Paiva que
também estava de férias, mas na ilha Terceira onde tem a família da mulher a
Ana Paiva Gomes, cujos pais residem na Terra Chã. Claro que um encontro com o
Nelson metia sempre umas boas garfadas, regadas com cerveja ou um bom vinho. Na
mesa escolhida pelo Nelson estava outro amigo, o Garcia da praça do mercado (do
talho, claro) como é vulgarmente conhecido. E eu nessa altura, inclusivamente,
morava numa casa da mãe dele, sita à Rua Sousa Meneses, onde antes esteve o
professor Luís Carlos Couto. Em cavaqueiras deste género, há sempre assuntos
ligados aos presentes e aos ausentes, naturalmente. A dado momento o Garcia
pergunta-me: “Ó Carlos por qual o motivo que, quando te deslocas aos Estados
Unidos, o Nelson tem sempre uma entrevista?”. Confesso que a pergunta veio
mesmo a talho de foice, tendo eu respondido: se há alguém que sempre me apoiou
nos Estados Unidos nas minhas idas em serviço de reportagem foi o Nelson Paiva,
tendo ainda acrescentado o nome do Ildeberto Alves. Portanto, nestas coisas eu
sempre sigo a velha máxima do meu velho e saudoso companheiro Carlos Pinhão:
“amor com amor se paga”.
Na verdade,
eu conheci a família Paiva na ilha Terceira (Nelson, António, José Diniz),
família essa que depois emigrou para os Estados Unidos. O José Diniz (que até
escreveu para um jornal de Fall River) virou fadista e empresário, o António
sempre fascinado para a cozinha (cozinheiro) e o Nelson mantendo o bichinho do
futebol, ligado à LASA na qualidade de treinador, tendo mais tarde assumido o
cargo de presidente da Associação Académica de Fall River.
Em 1984,
quando acompanhei o Lusitânia aos Estados Unidos e Canadá fiquei em casa do
Nelson Paiva, ainda a sua mãe era viva. Eu e o Benedito Lacerda Ribeiro (Bené),
então treinador dos “leões” e que acabaria mesmo por ficar nos States. No dia
da chegada, o Nelson levou-nos para o Restaurante Clipper em Fall River para
estarmos presentes num jantar de homenagem aos jovens que, sob a sua batuta
(também o acompanharam o João Gonçalves e o Manuel Estrela), digressionaram
pelos Açores (Terceira, Faial e São Miguel), tendo essa seleção participado no
Torneio Regional de Iniciados que decorreu na cidade da Horta e no qual esteve
presente, ao serviço de “A Bola”, o Rui Santos, que seria meu companheiro de
quarto na Estalagem de Santa Cruz. Foi uma homenagem prestada a esses jovens
com as presenças dos pais e do Estadual Tom Norton, para além de outras
significativas presenças, destacando, nomeadamente, o particular amigo Afonso
Costa que, manda a verdade dizer, em viagens seguintes também me prestou um valioso
auxílio.
Hoje Nelson
Paiva, por motivos de saúde, afastou-se das lides desportivas, mas há que dizer
que o seu contributo ao futebol lasariano foi notável, quer em empenhamento
quer na qualidade do seu trabalho.
Sei que, em
julho próximo, Nelson Paiva estará de férias na ilha Terceira, desejando-lhe
desde já um bom descanso na nossa terra. E fica este conselho: rapaz, agora já
não podes brincar com o "quinto toiro" como dantes o fazias.
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