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sábado, 28 de janeiro de 2017

Do jornal A União



NELSON PAIVA UM AMIGO QUE ESTEVE SEMPRE PRESENTE


 Há uns anos atrás estava eu de férias no Faial e fui no bote do Clube Naval da Horta, na companhia do José Dec Mota, família e amigos, passar os últimos dois dias da Semana Cultural das Velas, evento do qual fiz algumas coberturas em edições anteriores a convite do presidente da edilidade velense, o amigo António
Silveira. Por felicidade minha, encontrei nas Velas o Nelson Paiva que também estava de férias, mas na ilha Terceira onde tem a família da mulher a Ana Paiva Gomes, cujos pais residem na Terra Chã. Claro que um encontro com o Nelson metia sempre umas boas garfadas, regadas com cerveja ou um bom vinho. Na mesa escolhida pelo Nelson estava outro amigo, o Garcia da praça do mercado (do talho, claro) como é vulgarmente conhecido. E eu nessa altura, inclusivamente, morava numa casa da mãe dele, sita à Rua Sousa Meneses, onde antes esteve o professor Luís Carlos Couto. Em cavaqueiras deste género, há sempre assuntos ligados aos presentes e aos ausentes, naturalmente. A dado momento o Garcia pergunta-me: “Ó Carlos por qual o motivo que, quando te deslocas aos Estados Unidos, o Nelson tem sempre uma entrevista?”. Confesso que a pergunta veio mesmo a talho de foice, tendo eu respondido: se há alguém que sempre me apoiou nos Estados Unidos nas minhas idas em serviço de reportagem foi o Nelson Paiva, tendo ainda acrescentado o nome do Ildeberto Alves. Portanto, nestas coisas eu sempre sigo a velha máxima do meu velho e saudoso companheiro Carlos Pinhão: “amor com amor se paga”.

 Na verdade, eu conheci a família Paiva na ilha Terceira (Nelson, António, José Diniz), família essa que depois emigrou para os Estados Unidos. O José Diniz (que até escreveu para um jornal de Fall River) virou fadista e empresário, o António sempre fascinado para a cozinha (cozinheiro) e o Nelson mantendo o bichinho do futebol, ligado à LASA na qualidade de treinador, tendo mais tarde assumido o cargo de presidente da Associação Académica de Fall River.

 Em 1984, quando acompanhei o Lusitânia aos Estados Unidos e Canadá fiquei em casa do Nelson Paiva, ainda a sua mãe era viva. Eu e o Benedito Lacerda Ribeiro (Bené), então treinador dos “leões” e que acabaria mesmo por ficar nos States. No dia da chegada, o Nelson levou-nos para o Restaurante Clipper em Fall River para estarmos presentes num jantar de homenagem aos jovens que, sob a sua batuta (também o acompanharam o João Gonçalves e o Manuel Estrela), digressionaram pelos Açores (Terceira, Faial e São Miguel), tendo essa seleção participado no Torneio Regional de Iniciados que decorreu na cidade da Horta e no qual esteve presente, ao serviço de “A Bola”, o Rui Santos, que seria meu companheiro de quarto na Estalagem de Santa Cruz. Foi uma homenagem prestada a esses jovens com as presenças dos pais e do Estadual Tom Norton, para além de outras significativas presenças, destacando, nomeadamente, o particular amigo Afonso Costa que, manda a verdade dizer, em viagens seguintes também me prestou um valioso auxílio.

 Hoje Nelson Paiva, por motivos de saúde, afastou-se das lides desportivas, mas há que dizer que o seu contributo ao futebol lasariano foi notável, quer em empenhamento quer na qualidade do seu trabalho.

 Sei que, em julho próximo, Nelson Paiva estará de férias na ilha Terceira, desejando-lhe desde já um bom descanso na nossa terra. E fica este conselho: rapaz, agora já não podes brincar com o "quinto toiro" como dantes o fazias.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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