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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

E tudo são recordações - Do Azores Digital



De Marcelo Rezende às Meninas de Petrópolis

02 de Dezembro de 2013 

1. - Marcelo Rezende é, no meu entender, na minha ótica pessoal, um dos melhores apresentadores de televisão no Brasil, ao serviço da Record com o seu programa CIDADE ALERTA. Um forte concorrente do José Luiz Datena da Bandeirantes que, curiosamente, foi para a Record, mas lá esteve pouco tempo, quiçá por problemas que nunca foram divulgados. O certo é que Datena rompeu o contrato com a Record, isso deu muito que falar e, inclusive, meteu justiça, visto que a Record, ao que consta, quis ser ressarcida.

O programa CIDADE ALERTA é, efetivamente, uma mistura de vários repórteres, policiais, bandidos e humor. Um programa que agrada na exata medida em que Marcelo Rezende, acompanhado pelo Percival de Sousa, é um autêntico "show man". Um programa que já é visto por milhares e milhares de brasileiros - e não só -. Marcelo Rezende, factual, brincalhão, esperto q.b., conquistou uma enorme audiência. E não nos podemos esquecer dos seus vastos conhecimentos, quer jornalísticos quer inclusivamente de DIREITO. Aliás, nesse sentido, bem secundado pelo Percival de Sousa que é advogado. Fazendo eu agora de brasileiro, direi que são DOIS BARATOS!


2. - É vulgar dizer-se, e seguindo uma velha máxima, que à terceira é de vez. Assim aconteceu comigo para presenciar um espetáculo das Meninas Cantoras de Petrópolis, sem dúvida alguma um Coral de luxo, adiante-se desde já. Sabia, de antemão, que este Coral vale pelo seu todo, ou seja, pela sincronia de vozes e, também, o enquadramento com o Maestro Marco Aurélio, cinqüenta e dois anos de carreira como músico. É obra! Mais: pela sua alegria, pela forma simples em como dirige o Coral, Marco Aurélio fez-me lembrar, a espaços, o alemão James Last e, agora, pelo que já conheço, o nosso querido Eduardo Lages que, conforme já escrevi em anterior artigo, é considerado o “outro lado” de Roberto Carlos. E já agora, depois de analisar esta atuação das Meninas Cantoras de Petrópolis, incluo Marco Aurélio na minha lista de pessoas especiais.

O Coral das Meninas Cantoras de Petrópolis é formado por 56 elementos e cujas idades vão até aos 15 anos, limite máximo. Quer dizer que há sempre uma nova fornada para substituir quem, na circunstância, atinja os quinze anos de idade.


O que mais me impressionou foi a homogeneidade do grupo e das próprias solistas. Cada vozeirão que me fez arrepiar os cabelos, sobretudo quando interpretaram o fado Canção do Mar, de Amália Rodrigues, e que agora, após a sua morte, faz parte do repertório de Dulce Pontes, apontada como sucessora da Divina do Fado, a já citada Amália Rodrigues, que todos nós choramos com saudade. Eu próprio, nessa altura em que o Maestro Marco Aurélio falava de Amália senti uma grande comoção e, claro, não logrei evitar as lágrimas, para mais que acompanhei o funeral desta grande figura que sempre honrou o nome de Portugal por onde passou inclusive no Brasil.



Sendo Petrópolis considerada a “cidade que canta”, em função do numeroso e apreciável número de Corais, este espetáculo das Meninas Cantoras de Petrópolis, que decorreu no átrio da Câmara dos Vereadores, foi mais um êxito para juntar a tantos outros. Impressionante. Direi, sem pontinha de exagero, e por tudo aquilo que já presenciei nos países por onde passei em reportagem, que o Coral das Meninas de Petrópolis tem suficiente valor para dar a volta ao mundo. 
Como disse no início deste artigo, finalmente tive o privilégio de acompanhar um extraordinário recital das Meninas de Petrópolis. De mãos dadas com a alegria e a comoção. Obrigado ao Coral por incluir no seu programa um fado português e logo o fado Canção do Mar, uma das interpretações marcantes de Amália Rodrigues que, lá no outro lado da vida, ficará também orgulhosa pelo fato do Coral das Meninas de Petrópolis, pela voz de uma magnífica solista, recordar um dos seus muitos êxitos.

Em suma, um espetáculo inolvidável. Este Coral das Meninas de Petrópolis merece todo o apoio das entidades oficiais. E, repito, tem valor para dar a volta ao mundo.Bom... Fiquei conhecido dentro do seio do grupo em função deste artigo que escrevi. Há poucos dias quando tomava o meu café na padaria mais conhecida de Petrópolis, deparei com duas meninas à minha frente, sorridentes q.b. e fui logo interpelado por uma delas: o senhor que escreveu uma matéria sobre nós? Sim, sou eu. E quando a volta a escrever mais uma, insistiu a sedutora jovem (a outra só me mirava)? Respondi que seria para breve, quiçá num próximo show. A jovem lançou um sorriso diabólico e sempre foi acrescentando: “quando formos a um show do Roberto Carlos?” Eu percebi a ironia da “menina cantora”, mas, contudo, não fiquei desconcertado e, também, com alguma pitada de ironia fui equilibrando este “jogo-de-palavras”: Sabe, Rei é Rei. Primeiro ele e, depois, quem lhe prestará vassalagem. Aqui deu mesmo para uma risada entre os três e assim o cafezinho da manhã ficou mais saboroso.


Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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