O meu
querido amigo, João Celestino dos Santos Bendito, emigrado para a Califórnia,
casado com a Alice que ainda é minha prima (não me perguntem o grau, porque
disso ando desfasado) e da família da mãe guardo gratas recordações. Sempre
tive com esses primos (para além da Angelina, a Laura, o José, o Henrique, o
Tibério, o Rui, o Frederico) uma ligação bastante agradável, não esquecendo o
Tio Henrique (Seguro) e a Tia Angelina. Não esquecendo ainda que era um
“habitué” da árvore de fruto muito cobiçada que existia no quintal.
Os tempos
foram passando céleres (basta olhar hoje para as nossas idades) e alguns
seguiram o seu rumo. Eu, para muitos inesperadamente (e com toda a propriedade
quem assim pensa), rumei para o Brasil, enquanto que outros emigraram para os
States, não deixando, porém, de referir que há ainda malta daquele tempo que
continua na santa terrinha. Falta o JD Macide, mas continua bem vivo na nossa
memória e, “no outro lado da vida” nos espera para tomarmos uma fresquinha,
certamente numa improvisada Portugália ou, idem, idem, em um Café Aliança com
esplanada bem preparada e com “garçons” vestidos a preceito.
O João
Bendito entendeu, em boa hora, escrever algumas memórias passadas na loja do
seu pai, o nosso querido amigo Tio João Bailão, que certamente já fez uma
visitinha ao Macide e, à nossa saúde (a do grupo, subentenda-se), tomaram uma
angelica da ordem, preparada por algum santo que também gosta da sua pinga. São
Pedro, esse não faz parte da lista porque só pensa em água e angelica com água
só faz mal ao estômago.
Ora, nessas
ditas memórias, que já estão a ser preparadas com o devido cuidado, o João fala
da desobriga, fato que me obriga a alinhavar mais um escrito dentro da linha
que vou mantendo. Mas vejamos um naco de prosa do que escreveu o João Bendito
sobre o grupo, que é mais importante do que eu estar aqui no toca-toca para a
frente:
“Mas o
grupo da desobriga era diferente. Não me recordo como começou o ajuntamento
deste pequeno aglomerado, é um daqueles mistérios sem explicação. Era ali no
canto da Flórida que nos encontrávamos por volta das cinco da tarde. J D Macide
descia da Miragaia do escritório da Sata, o CA (Tirolé) subia da Rua Direita do
consultório onde fazia análises clínicas, o Marcolino, com o seu andar
escorregadio, safava-se da Junta Geral e ali se reuniam comigo, com o João
Câmara, com o Sílvio Lourenço e, esporadicamente, o Oldemiro Rego. Trocávamos
umas conversas, fazíamos permuta de alguma notícia de última hora, cortávamos
na casaca de alguém que passava na pressa das suas vidas e então aparecia uma
voz que lançava o desafio: quem é que paga a desobriga hoje?”
Sem comentários:
Enviar um comentário