Real República dos Corsários das
Ilhas
Fundada em 1958 |
José Orlando de
Noronha da Silveira Bretão nasceu em Angra do Heroísmo a 14 de Abril de
1939 e faleceu na mesma cidade a 24 de Outubro de 1998. Foi um advogado,
dramaturgo e estudioso do folclore açoriano, em especial das danças de Carnaval
e das Festividades do Espírito Santo. Licenciado em Direito pela Universidade
de Coimbra, foi dirigente associativo e co-fundador da Real República
Corsários das Ilhas.
Membro activo do
movimento estudantil, no ano de 1962 esteve detido na prisão política de
Caxias, fazendo parte do grupo de quarenta universitários presos pela PIDE em
Coimbra naquele ano. Advogado em Angra do Heroísmo, foi consultor Jurídico do
movimento sindical desde Janeiro de 1969 e participou desde então em todas as
principais lutas reivindicativas dos trabalhadores terceirenses, antes e depois
de 25 de Abril. Especialista de Direito do Trabalho, participou em vários
encontros nacionais e regionais sobre Direito Laboral. Foi, nos Açores e
durante vários anos, praticamente o único advogado que se dispôs a prestar
serviço no movimento sindical unitário.
Foi co-fundador do Círculo de Iniciação Teatral da Fanfarra Operária, onde
encenou várias peças de teatro e dirigiu cursos de formação. Sócio efectivo do
Instituto Histórico da Ilha Terceira e do Instituto Açoreano de Cultura, foi
Presidente da Academia Musical da Ilha Terceira, Sócio Honorário da Sociedade
Recreativa Nossa Senhora do Pilar das Cinco Ribeiras e Sociedade Filarmónica
Recreio de Santa Bárbara. Foi co-fundador das Cooperativas Culturais Unitas e
Centelha, em Coimbra, e da Sextante e Semente, nos Açores.
O Dr. José Orlando Bretão foi diretor do jornal "O Lusitânia" durante
21 anos, entre 22/4/1970 (jornal nº 159), até o mesmo jornal deixar de se
publicar em 1991. Foi também Presidente da Mesa da Assembleia-Geral.
Foi Presidente da
Assembleia Geral do Cine-Clube da Ilha Terceira e das Assembleias Gerais do
Teatro Experimental de Angra O OUTRO TEATRO e da Associação Cultural Oficina
d’Angra. Pintor naïf , está representado em várias
colecções públicas e particulares. Foi o primeiro Delegado do F.A.O.J. nos
Açores, organismo que viria a dar origem às Casas da Cultura. Em Fevereiro de
1997 foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Municipal de Prata Dourada, pela
Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.
Em 21 de Fevereiro
de 1998, numa cerimónia que teve lugar no Museu de Angra do Heroísmo, foi
celebrado um acordo entre JOSÉ ORLANDO DE NORONHA DA SILVEIRA BRETÃO e a então
designada Casa da Cultura de Angra do Heroísmo, segundo o qual ficava entregue
à guarda da Casa da Cultura a colecção de textos, fotografia e gravações vídeo
e áudio de Danças de Entrudo, Bailinhos e Comédias do teatro popular da ilha
Terceira, resultante de uma recolha efectuada pelo investigador ao longo de
trinta anos. Pelo acordo assinado, a Casa da Cultura da Terceira comprometeu-se
a proceder à salvaguarda da colecção recebida, facultando-a aos estudiosos da
matéria para análise e investigação.
Ao ser criado o Centro de Conhecimento dos Açores,
a Colecção José Noronha Bretão - Teatro Popular da Ilha
Terceira, transitou para o referido Centro, estando disponível ao público
interessado no fenómeno cultural do teatro popular da ilha Terceira.
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