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domingo, 19 de maio de 2019

JANOS BIRI, ALBERTO AUGUSTO E MÁRIO LARANJO



 JANOS BIRI, ALBERTO AUGUSTO E MÁRIO LARANJO


Há muitos anos atrás, era eu ainda uma criança (nada tem a ver com a canção do José Cid), rejubilava com a possível vinda à Terceira do célebre guarda-redes do Sporting, João Azevedo, o tal que defendia uma bola só com uma mão, sobretudo por via de cruzamentos e/ou remates por alto. E tudo teve a ver com a impossibilidade do Lusitânia, num duelo decisivo com o seu rival Angrense
(valia o ceptro de campeão), utilizar o seu titular (penso que o Sardinha. Se não foi ele, a certeza, neste segundo caso, do Afonso Serpa). Vem Azevedo, não vem Azevedo, e ele, o desejado, acabou mesmo por não vir. E para a baliza do Lusitânia foi Natálio, o popular “banana”. E deu-se bem, isto porque o Lusitânia venceu por 1-0. Só não sei se a direção do clube enviou telegrama ao Azevedo, informando-o o resultado do tão discutido jogo.

Depois, mais tarde, começaria um pequeno ciclo de recrutamento de treinadores residentes no continente, ciclo esse iniciado pelo húngaro Janos Biri, que já havia passado pelo Benfica. No Lusitânia, pontificavam jogadores de apreciável craveira, tais como Elvino, Manuel Maria, Ângelo Faria e outros. Sem vencer a prova-rainha do calendário açoriano, o Torneio de Classificação dos Açores de qualificação à Taça de Portugal, Janos Biri, no entanto, sempre trouxe algo diferente para o clube verde-branco, mas somente virado para o escalão de seniores. Naquela altura, pelas próprias condições, era impensável formarem-se escolinhas.

Posteriormente, para o Angrense veio Alberto Augusto, antigo futebolista do Benfica que atuava a extremo-direito. Aqui, um trabalho de grande mérito, atendendo a que Alberto Augusto se preocupou com os jovens que faziam parte dos então denominados por Principiantes. Muitos desses jogadores, mais tarde, chegaram ao escalão de seniores, citando, nomeadamente, Claudemiro Anjos, José Agostinho, Jorge Augusto, Eduardo Monteiro (Dedy), para apenas falar destes, os mais referenciados. E manda a verdade dizer que era um regalo ver esta equipa jogar. E foi por aqui, se bem que os seniores é que tinham todo o peso, que a direção do Angrense ganhou a aposta na contratação de Alberto Augusto, uma pessoa de fino trato, como, aliás, também o foi Janos Biri durante o tempo de permanência na ilha.

Ainda para o Lusitânia, o antigo futebolista do Sporting de Braga, Mário Laranjo, faialense, tendo ao seu dispor um apreciável lote de jogadores, inclusive os seus conterrâneos Gaspar Neves, Jorge Faria e Renato Lima. O Lusitânia disputou o Torneio Açoriano na Horta, mas não logrou vencer. Se eu estiver errado (como sabem, tudo o que escrevo é de memória e daí sujeito a cometer alguma omissão), o meu amigo José Henrique Pimpão encarregar-se-á de me avisar, via Valdemar Belo, e este comigo via internet. É tudo uma via que chega ao destino certo. É por isso que os encontros de amigos nos cafés são importantes, sobretudo nos mais concorridos, Copacabana e Aliança.

Finalmente, também acrescentar que o Angrense contou com outro treinador vindo do continente, na circunstância Mário Silva, o homem que, na estação invernosa, andava sempre de gabardine debaixo do braço e fumando a sua cigarrilha. Se não foi tão bom como Alberto Augusto, andou por lá perto. Mas é certo que Mário Silva adorava uma polémica, o que significa menos contido em relação a Janos Biri e Alberto Augusto.


Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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