COMO NASCEU A ALCUNHA "BARBEIRO" NA FAMÍLIA DA MINHA MÃE!
Há muitos anos, havia barbeiros que se deslocavam pelas freguesias e pediam guarida nas casas de certas pessoas, a fim de que ficassem a residir durante alguns dias. Os homens deslocavam-se a essas casas, a fim de cortarem cabelos e (des)fazer barbas.
Ora, o meu bisavô Manuel recebia na sua casa um desses barbeiros de profissão. Sinceramente, não faço ideia se ele pagava algum aluguer, ou se era a título de empréstimo, a casa do meu bisavô.
O certo é que certo dia, o barbeiro instalou-se na casa do meu bisavô e lá ficou durante uns dias, pernoitando. O facto é que quando amanheceu, nada do barbeiro aparecer, como era hábito. O meu avô dirigiu-se ao quarto onde ele ficava e encontrou-o morto.
Grande susto! Imagino o quando deve ter sido difícil uma situação destas.
Então, o meu bisavô lá tratou do funeral, tendo sido velado na sua casa.
A partir daí, todas as vezes que falavam na casa do meu bisavô, mencionavam: É na casa do Manuel do barbeiro. Mais tarde passou a designar-se a casa do Manuel barbeiro, e assim, por último o meu bisavô já era o Manuel barbeiro.
E assim, sucessivamente, o filho, meu avô, os netos, neste caso a minha mãe e os irmãos, ficaram com a alcunha de barbeiros. Sempre que as pessoas falavam na minha mãe, diziam que era a Inês barbeira. O meu tio que cantava cantoria, a mesma coisa, o Barbeiro, já nem lhe chamavam Manuel, por vezes.
No entanto, os meus irmãos não seguiram com a alcunha de barbeiro. Penso que pelo facto do meu pai ter um apelido forte, digamos assim, Valadão, logo o barbeiro ficou mais para os meus primos da Serreta, portanto os filhos do meu tio, únicos primos que eu tenho do lado da minha mãe.
E assim num repente, neste caso, de forma dramática, nasceu a alcunha de barbeiro que permanece na família até aos nossos dias.
06-06-2019
Graziela Veiga
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