Vivemos
Deixo cair da terra escura que me criou,
Um amuleto e um verso...
No infinito me desprendo...
Lembrar de mim,
O que faltou...
O que quis ser... e não deu...
Menina das ilhas que era eu...
Com um sol a espreitar atrás de um ilhéu...
Um choro de garajau...
Que o tempo escondeu...!
Sentem-se comigo à beira-mar...
As ondas são dunas liquidas...
Sem fim
E a água de sal cumpre-se devagarinho...
Que sabe o céu de que verdade vivemos?
De que, em verdade vivemos?
Mas à noite "quando tudo se esconde"...
E pensamos que toda a luz morre...
Que palavras murmuramos,
E escondemos?
Num rasto de verdade,
Brilhando na noite,
A resistência da vida...
E as lembranças,
soltando-se,
Livres de invenção,
Como fios,e teias,
De um eterno,
Novelo de algodão !
Mizé
Sem comentários:
Enviar um comentário