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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Da escritora Graziela - O MUNDO DOS HIPÓCRITAS!!!


O MUNDO DOS HIPÓCRITAS!!!

Desde que me conheço como gente, sempre ouvi falar que há pessoas honestas, autênticas - embora com defeitos - e outras que por mais que façam para nos convencer do contrário, não conseguem atingir os seus objectivos.
Quando era criança e vivia na casa dos meus pais, habituei-me a ouvir o que eles diziam, e era tido como verdade. Não havia outra história subjacente dos acontecimentos. Nunca ouvi os meus pais desmentirem um ao outro o que quer que fosse. E assim, fui-me habituando, ou seja, o que eles diziam, eram verdades confirmadas.
Por muitos anos, pensei que a na vida, as pessoas eram autênticas, que diziam a verdade. Triste ilusão!
Esta minha convicção só durou até entrar na Escola Primária. Embora, à priori, fosse um lugar de aprendizagem, bons costumes, mais ou menos a continuidade daquilo que me tinha sido incutido em criança, apercebi-me que afinal, a vida não era bem assim.
Ouvia histórias mirabolantes, pareciam tão reais... mas ao chegar a casa e contá-las, qual não era a minha desilusão, quando os meus pais diziam que era mentira!
Santa ignorância, a minha!
Daí para cá, o que já aprendi através das pessoas que tenho encontrado na minha vida.
Tenho encontrado pessoas que me levam a crer que o meu mundo é correcto, que os meus pais transmitiram valores, de carácter, honestidade e idoneidade. No entanto, encontrei pessoas que me têm surpreendido constantemente pela negativa. Pessoas tão sem escrúpulos, sem vergonha, caras de pau, capazes de viver uma vida de hipocrisia, de tal forma que, elas próprias, acreditam nas suas mentiras.
Levam a vida a representar, são capazes de manifestarem afecto, carinho pelas pessoas, ao ponto de aparentarem pessoas impolutas, sem o mais pequeno deslize.
Estas pessoas, depois de uma vida passada em contradições, devaneios, aparecem e tentam surpreender quem não as conheça, crendo passar a ideia que mudaram e, aparentemente quase se tornaram seres exemplares, afáveis e com caras de anjos, com peles de cordeiros, escondendo o lobo feroz inerente, capaz da pior maledicência que alguma vez tenha observado.
E como querem redimir-se do mal que perpetraram e que as suas consciências acusam, projectam fotos e imagens, ilustradas de um português mal conseguido, próprio da sua pouca literacia, querendo passar para os outros, (mais inteligentes) a imagem da sua regeneração, como se fosse assim tão fácil.
Acredito nas pessoas, sobretudo, as pessoas de bem, aquelas que ao longo da vida procuram viver consentâneo pelos mais elevados valores, que buscam a verdade, a perfeição. Em contrapartida, não acredito na mudança da essência, mormente daqueles que levaram uma vida inteira a representar e no fim, querem que a boa imagem prevaleça à custa de manifestações de afectos, que existindo, não precisam ser divulgados, pois o que é autêntico, não carece devpropaganda, nem tão pouco imposição.
No entanto, não quero transmitir a ideia que antes era tudo bom e agora não, pois no meio de tantas pessoas desprovidas de valores, ainda se encontra pessoas espectaculares, porém com defeitos, dentro do normal.
Tal como a aquele que é, não precisa parecer que é!!!
31.08.2018
Graziela Veiga
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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