Deixo-vos, assim:
Mãe é quem fica.
Depois que todos vão.
Depois que a luz se apaga.
Depois que todos dormem.
Mãe fica.
Às vezes não fica em presença física.
Mas mãe sempre fica.
Uma vez que tenhas um filho, nunca mais o teu coração estará inteiramente onde estiveres.
Uma parte sempre fica.
Fica neles.
Se eles comeram.
Se dormiram na hora certa.
Se brincaram como deveriam.
Se a professora da escola é gentil.
Se se comportaram bem.
Se o colega parou de lhe bater.
Mãe fica.
Fica entalada no escorrega do espaço kids, pra brincar com o filho.
Fica espremida no canto da cama de madrugada pra se certificar que a tosse melhorou.
Fica com o resto da comida do filho, pra não perder mais tempo a cozinhar... ou não haver mais.
É quando a gente fica que nasce a mãe.
Na presença inteira.
No olhar atento.
Nos braços que embalam.
No colo que acolhe.
Mãe é quem fica.
Quando o chão desaparece sob os pés.
Quando todos se vão embora.
Quando as certezas se desfazem.
Mãe fica.
Mãe é a teimosia do amor, que insiste em permanecer e ocupar todos os cantos. É caminho de cura. Nada jamais será mais transformador do que amar um filho. E nada jamais será mais fortalecedor que ser amado por uma mãe.
É porque a mãe fica, que o filho vai.
E no filho que vai, sempre fica um pouco da mãe :
No jeito peculiar de dobrar as roupas.
Na mania de empilhar a louça só do lado esquerdo da banca. No hábito de sempre avisar que vai tomar banho.
Na compaixão pelos outros.
No olhar sensível.
Na força pra lutar.
No coração do filho,a mãe fica.
Abraço!
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