Da minha janela o apanha-apanha do facebook - Apanhado: Fernando Costa Pedro

                                                                                 

Da minha janela o apanha-apanha do facebook 

Apanhado: Fernando Costa Pedro 

Bom dia amigos e amigas, muita saúde e quero  vos contar uma história verdadeira... aqui está o meu testemunho..  

Quando nasci, meu pai tinha duas mercearias. em Santa Clara, uma delas mesmo ao lado da casa onde nasci. Passaram-se alguns anos, seis sete por aí...e já eu fazia recados e levando compras aos fregueses porta a porta. Parte da minha infância foi amarrado   

naquelas duas mercearias porque meu pai não era para brincadeiras, e a troco de nada ou de alguma bofetada. Minha mãe fazia gelados,  pimentas doces e suspiros para ajudar o negocio crescer e logo percebi que ia sobrar para mim muito trabalhinho. 

Naquela altura havia a carreira do tiro  e iam soldados para la atirar ao alvo, então meu pai lembrou.se que podia vender de Verão gelados ali e lá ia eu com as sorveteiras na mão vender gelados aos soldados, era um rico negócio mas eu pequenino ficava muito cansado. Uma vez partiu uma coisa daquelas e levei uma bolacha na cara, era assim no meu tempo.

Na mata da doca tinha campo de futebol antigo,  aos sábados e domingos ia muita gente para la,  eu também ia vender gelados e aproveitava para brincar um bocadinho. Era assim que meu pai nos educava, nos fazia ver que para nos dar sustente e educar para a vida tinha que começar de pequenino.

Com oito/nove anos já tomava conta da loja quando quando era necessário, já vendia e tomava nota no rol dos fiados, tinha que ser     porque minha mãe não sabia ler nem escrever.

era tudo muito apertado neste tempo,  muito se fazia naquela taberna. Lembro me de vender copos grande de vinho aos velhotes que moravam por ali, era cada quartilho que metia medo, mas nunca meti a boca no canjirão. Havia muito respeito pelos pais e pelos avós.

Isto para dizer que esta geração de agora e com as novas tecnologias, não sabem nada da vida nem querem saber, não respeitem nada, têm tudo e mais ainda.... Contudo estou muito orgulhoso do meu passado, cheio de  boas recordações ao logo de toda minha vida e cheio de saudades de meu pai e minha mãe e dos meus dias de menino e moço. Um grande abraço para todos que conviveram comigo nestes belos tempos e muitas saudades também.