
Eu nasci em 1943, no histórico 13 de outubro (sexta e última aparição de Nossa senhora de Fátima aos Três Pastorinhos), e sempre ouvia falar em casa dos meus avós maternos da "Melra Preta". Sempre ficava intrigado (coisa de criança) quando comentavam algo sobre a "Melra Preta". Lembro-me
perfeitamente que, numa bela tarde, no Adro Santo, dizia ao meu avô:
olha ali a "Melra Preta". De fato, estava ali um pássaro preto e
deduzi tratar-se da tão badalada "Melra
Preta". Depois, com o decorrer do tempo, ano-após-ano, fui-me apercebendo
de que a "Melra Preta" era uma senhora que cantava divinamente bem,
que encantava com a sua voz. E, claro, já um pouco mais crescidinho, assisti a
isto:
"Georgina Costa marcou presença no amadorismo
teatral da nossa terra, actuando em grupos dramáticos da Fanfarra Operária e
Recreio dos Artistas, tendo o autor destas linhas sido seu companheiro em tais
lides, na saudosa Cerca da Recreio dos Artistas, nas revistas "De vento em
Popa" e "Sabe-se Lá", da autoria do talentoso revisteiro Eduardo
Melo".
E no tempo em que o Rádio Clube de Angra era a
nossa referência musical, mormente através do Que Quer Ouvir, Georgina Costa
estava sempre presente por via das solicitações do ouvintes. Tudo era feito
através de uma carta dirigida à nossa querida estação emissora. E "olhos
pretos" a canção com maior número de pedidos. E digo-vos que hoje pagava
para ouvir Georgina Costa interpretar "olhos pretos". Talvez consiga
satisfazer este meu desejo quando, também, chegar ao "outro lado da
vida".
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