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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Amigos emigrados para a Diáspora




JOÃO CARLOS DA COSTA (CANADÁ) –  Foi futebolista profissional

Desde o tempo do Orfanato João Batista Machado que nos conhecemos. Uma forte amizade que se mantém até hoje.
João Carlos, como futebolista, foi sempre um esteio das defensivas onde foi colocado, ou seja, no Atlético, União de Tomar e Estoril. Quando o União de
Tomar disputou uma eliminatória para a Taça de Portugal com o Lusitânia, na minha crónica em A Bola encimei: 

MEIA-SATISFAÇÃO A CLASSE DE JOÃO CARLOS.
Em 1984, quando estive com o Lusitânia em Toronto (minha segunda passagem das cinco efetuadas), estive com o João Carlos. Almoçamos juntos e nesse almoço até deparamos com a presença de um antigo basquetebolista do Sporting Club de Portugal que também emigrou para o Canadá e cujo nome não me ocorre. Sei sim que fazia parte do cinc-base do Sporting.
Posteriormente, o João Carlos passou a vir à Terceira com alguma regularidade e sempre me procurava no Diário Insular para me oferecer uns cigarrinhos do Canadá. No tempo em que eu era fumante. Agora nem o cheiro do cigarro.
Deixo aqui o artigo que escrevi sobre João Carlos e o seu irmão Virgínio Costa. Meu colega na primária (quarta classe) na Escola do Orfanato com o professor Alberto Lemos. É que os alunos da Escola do Corpo Santo foram transferidos para a Escola do Orfanato.
Relativamente ao referido artigo, ainda publicado em abril de 2011, ainda não tinha o João Carlos no meu facebook, daí referir que desconhecia o seu paradeiro no Canadá. Mas, depois, no reencontro facebokano, tudo voltou à normalidade.

Publicado no dia 07 de Abril de 2011, por Carlos Alberto Alves

Na então quarta classe (depois havia o exame de admissão para a ECIAH e Liceu Nacional de Angra do Heroísmo), passei pela escola do Orfanato João Baptista Machado (edifício que hoje é do governo, albergando algumas secretarias), que tinha como responsável o senhor Alvarino, homem de linha dura, sem, contudo, entrar nas raias da violência. Tínhamos como professor o faialense Alberto Lemos (ainda vivo) que, na verdade, gostava muito de futebol e, como tal, na escola formamos três equipas (Lusitanos, Cruzados, Viriatos, por aí...). Na equipa dos Lusitanos, da qual eu fazia parte (dividia entre guarda-redes e avançado), estava um rapaz que era mesmo “bom de bola” e que, com seu irmão, veio de São Miguel para o Orfanato. O irmão que também se notabilizou como jogador, mas lá chegaremos. Esse rapaz dos Lusitanos, pela formação da sua cabeça, foi apelidado de “Canoa”. Depois de adulto, depois de ter terminado o seu curso na Escola Comercial e Industrial de Angra do Heroísmo, rumou de novo para São Miguel e veio a representar o Clube Desportivo Santa Clara. Aí mudou de alcunha e passou a ser conhecido por “Martelo”. Um grande avançado ao serviço dos encarnados de Ponta Delgada. Numa terceira fase da sua vida, emigrou para o Canadá, tal como seu irmão. Estamos a falar dos manos Virgínio Costa e João Carlos Costa.
Ora, no panorama futebolístico profissional, João Carlos Costa, que actuava a defesa central, saiu do União Micaelense para o Atlético Clube de Portugal (esteve a um passo de ingressar no Benfica) e, depois, militou no União de Tomar e Estoril Praia. Nestes últimos dois, digressionou pela ilha Terceira, na disputa de jogos, Taça de Portugal (um) e particulares, todos frente ao Lusitânia. Com o Estoril, veio acompanhado da então mulher, a fadista Deolinda Rodrigues, que realizou um espectáculo no Teatro Angrense. Era director do futebol do Estoril o conhecido João Lachever.
Depois de ter terminado a carreira de futebolista, João Carlos Costa enveredou por treinador e chegou a vir treinar o Santa Clara na terceira divisão. Num dos jogos disputados em Angra ante o Lusitânia de Mário Nunes, João Carlos sofreu uma pesada derrota (5-0), sem apelo nem agravo.
Tal como seu irmão, João Carlos Costa seguiu para o Canadá onde, mais tarde, o encontramos, salvo erro em 1984 quando ali fomos com o Lusitânia. Seguidamente, esteve na ilha Terceira algumas vezes na companhia da então atual companheira. 
De resto, acresce dizer que João Carlos Costa foi relevante pelos clubes por onde passou, o mesmo se dizendo do irmão Virgínio que, nos Açores, apenas se manteve fiel à camisola do Santa Clara. Era, de facto, um avançado codicioso. Antigos companheiros poderão comprovar esta nossa afirmação.



Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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