
VOU LEVÁ-LOS COMIGO
A verdade é que eles já estão à minha espera no “outro lado da vida”. Eles, dois angolanos que foram verdadeiros arautos do seu país, a Angola onde eu estive no período de 1965 a 1967. Eles, o Raúl Indipwo e o Milo Macmahon, que formaram o inesquecível DUO OURO NEGRO, grupo musical criado em 1956 pelo
Raúl e pelo Milo, em Angola, naturalmente, à data uma das províncias de Portugal.
Raúl e pelo Milo, em Angola, naturalmente, à data uma das províncias de Portugal.
Após várias apresentações em Luanda conseguem, depois, ir actuar em Lisboa por intermédio do empresário Ribeiro Braga. Sucessos e mais sucessos no bem conhecido Cinema Roma e numa das maiores salas de visitas do nosso país, o Casino do Estoril.
Dois casos curiosos:
Regressam a Angola em 1961, pouco antes do eclodir da guerra e entra para o grupo José Alves Monteiro. Nesta nova formação, gravam cinco discos. Os temas de mais sucesso são “Garota” (Garota, ó Garota, não fujas de mim) e “Mãe Preta” (que canção cheia de sentimento).
Participaram também, com “Kubatokuê Mulata” no segundo Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro, Brasil, país onde me encontro.
Na minha passagem por Luanda, dois períodos alternados, vários eram os cartazes colocados com anúncios de shows do grupo que, diga-se, também caiu no goto dos militares portugueses, eu incluído como não podia deixar de ser.
Numa das noites luandenses, decidi ir ao Cinema Império vê-los atuar, porém, a meio do caminho, uma vez que estava a pé, sou surpreendido com um enorme dilúvio. Moral da história: fui mesmo para o show, mas, e bem à moda da Terceira, “alagado, pingado”. Face à intempérie o show não deixou de se realizar. Outros militares também chegaram ao Cinema Império, ou seja, e repetindo a frase “made in Terceira”, “alagados, pingados”. O pior foi no dia seguinte, com uma enorme gripe. Mas como tropa é tropa, tive mesmo que ir para o gabinete de trabalho que me havia sido distribuído (a (Secção de Operações e Psico), em precárias condições. O nariz parecia uma torneira. Mas valeu pelo fato de acompanhar ao vivo o OURO NEGRO. O grupo iniciou-se em 1956 e terminou em 1985 quando morreu o Milo. O Raul esse faleceu em 4 de junho de 2006, já eu me encontrava no Brasil e acompanhei todas as notícias relacionadas com o seu falecimento.
Daquela canção VOU LEVAR-TE COMIGO, eu mudei para VOU LEVÁ-LOS COMIGO. Sempre presentes. E lá no “outro lado da vida”, é caso para se preparar um show com este chamariz: “Venham ver os dois maiores da música angolana”. E o começo sugere LUANDA! É isso aí, Milo e Raul, “Luanda ó linda Luanda”.
Do jornal A União - Dois arautos da paz
Estamos na contagem regressiva para a realização do anunciado show de Roberto Carlos em Tel Aviv. Há, na verdade, redobrado entusiasmo em torno desta apresentação do nosso Rei em Jerusalém, constituindo, assim, uma inolvidável passagem pela Terra Santa. De fato, não é qualquer artista que tem esse privilégio para se exibir num dos mais bonitos anfiteatros daquela região.
Por aquilo que se conhece, Roberto Carlos, durante o período do cruzeiro “Emoções na Terra Santa”, terá contatos com figuras destacadas, um delas no Center for Peac, em Tel Aviv, com Shimon Peres, o Prémio Nobel da Paz em 1994. Temos, pois, pelo carisma de ambos, cada qual na sua posição, um encontro de DOIS ARAUTOS DA PAZ e que, bem vistas as coisas, será um dos pontos marcantes desta digressão de Roberto Carlos à Terra Santa. Não é sempre que surge a oportunidade para se estar ao lado de uma figura tão distinta, galardoado com um dos mais ambicionados títulos de honra.
Shimon Peres é um político de grande importância que luta para instaurar a paz no Oriente Médio. Foi Primeiro-Ministro entre os anos de 1984 e 1986 e logo em seguida atuou como Ministro do Exterior até 1988. Uma de suas ações de maior destaque foi feita em 1985, quando – em parceria com o ministro da Defesa Yitzhak Rabin – retirou as forças armadas israelenses do Líbano, permanecendo exclusivamente no Sul, na fronteira entre o Líbano e Israel.
Em 1993 Peres lançou seu livro O Novo Oriente Médio, onde relata a sua visão sobre o futuro do Oriente Médio.
Shimon Peres é, também, pelo seu percurso e pelo consequente desejo de manter a paz no Oriente Médio, o grande político israelense.
Que este encontro entre Shimon Peres e Roberto Carlos se revista de enorme interesse para as futuras relações entre Israel e o Brasil. Afinal, estamos na presença de um dos maiores ídolos do povo brasileiro, reconhecido mundialmente.
Sem comentários:
Enviar um comentário