
Hoje é Dia de Milagres
Quando se fala em segunda-feira da Serreta, tão tradicional dentro das festividades da ilha Terceira, logo aflora a imagem de Nossa Senhora dos Milagres, muito venerada pelos católicos da ilha, com vários grupos fazendo, a pé, a sua peregrinação, muitos deles pedindo pelos seus entes-queridos que
estão enfermos. É aqui o mais frequente motivo da promessa. Minha avó paterna, Maria dos Milagres, que já lá está no “outro lado da vida” há mais de três lustros, era sempre uma devota nesta segunda-feira da Serreta. Depois, com o peso da idade, já não deu mais para continuar a sua divina peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora dos Milagres. É neste dia que mais nos lembramos dela, mesmo estando longe. Aliás, nunca estou longe da minha terra e sinto isso quando estou no facebook com os amigos mais próximos, sobretudo aqueles que me passam umas informações, citando, nomeadamente, o Aníbal Resendes, aquele rapazinho (hoje um adulto) que eu via muito vez na Rua Professor Augusto Monjardino brincando com os seus amigos mais íntimos, um deles o Fernando Artur Pimentel, o “nosso” Arturinho. E tenho histórias com os dois. Estas: estava como treinador dos juvenis do Angrense e puxei o Anibal para os “encarnados”. Posteriormente, e sabendo que o Arturinho é todo benfiquista, incentivei-o para se inscrever no Lusitânia. Deu “empate” e ninguém ficou zangado comigo.
estão enfermos. É aqui o mais frequente motivo da promessa. Minha avó paterna, Maria dos Milagres, que já lá está no “outro lado da vida” há mais de três lustros, era sempre uma devota nesta segunda-feira da Serreta. Depois, com o peso da idade, já não deu mais para continuar a sua divina peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora dos Milagres. É neste dia que mais nos lembramos dela, mesmo estando longe. Aliás, nunca estou longe da minha terra e sinto isso quando estou no facebook com os amigos mais próximos, sobretudo aqueles que me passam umas informações, citando, nomeadamente, o Aníbal Resendes, aquele rapazinho (hoje um adulto) que eu via muito vez na Rua Professor Augusto Monjardino brincando com os seus amigos mais íntimos, um deles o Fernando Artur Pimentel, o “nosso” Arturinho. E tenho histórias com os dois. Estas: estava como treinador dos juvenis do Angrense e puxei o Anibal para os “encarnados”. Posteriormente, e sabendo que o Arturinho é todo benfiquista, incentivei-o para se inscrever no Lusitânia. Deu “empate” e ninguém ficou zangado comigo.
E aqui, já que falei de clubes, de futebol propriamente dito, isto tem a ver com Nossa Senhora dos Milagres que, ao longo dos anos, recebeu muitos atletas, dirigentes, treinadores, que cumpriram promessas anunciadas. Lembro-me que o trio José Couto, Licas Couto e Gustavo Silva, fizeram essa peregrinação a pé no ano em que comandaram o Angrense e o clube se manteve no escalão terciário do futebol nacional. E com o Licas Couto dá sempre para se fazer uma viagem desta natureza, tratando-se de um exímio animador de grupo pela sua própria condição de ser humano. Cheguei a dizer que num grupo em que ele estivesse eu era capaz de dar a volta à ilha a pé. No outro tempo, agora não...
Concordo quando se diz que o recurso à via Divina faz perceber a nossa verdadeira dimensão humana (citação de um texto de João Rocha).
Que hoje seja, de facto, um dia de grande romaria e que Nossa Senhora dos Milagres abençoe todos aqueles que se deslocam imbuídos numa acrisolada fé. E creio que hoje Nossa Senhora dos Milagres ainda receberá muitas preces, na sequência do que sempre se verifica nos dias que antecedem esta tradicional SEGUNDA-FEIRA DA SERRETA.
Azores digital - Ai minha santa terrinha - Saudades da hora do jantar
Já me habituei ao sistema do Brasil: em vez de jantar, opto por merendar. Até aqui, tudo bem, não me prejudiquei. Apenas uma diferença: almoço só lancho só, durmo só, enfim, sou um homem só, mas sem pensar na velha frase do Salazar “orgulhosamente só”. Há dias li, com atenção, um estudo sobre esta temática (o jantar na família) e, daí, alinhavar esta matéria em função dos elementos que recolhi – inclusive, alguns interessantes pontos de vista. Para além de nos nutrir as refeições poderão e deverão ser momentos de reconstrução e de socialização familiar que, por sua vez, promovem o desenvolvimento psicológico de crianças e adolescentes, reforçando ainda a estabilidade familiar. Algo que, à partida, poderá parecer óbvio e do senso comum, está-se a tornar esquecido dentro da sociedade dita “moderna”, se não é pelo fato de todos os elementos não poderem estar reunidos por motivos de horários e compromissos, pais que trabalham até tarde, atividades extra-escolares dos filhos, por outro lado, também acontece freqüentemente mesmo estando todos em casa distanciam-se pela presença da televisão. Seja uma refeição simples ou mais elaborada, se for acompanhada de uma conversa agradável em ambiente de descontração torna a hora do jantar um momento especial. Algo tão simples e ao alcance de qualquer um, como este momento ao fim de um dia, poderá até evitar futuros problemas mais complexos, ou até mesmo prevenir a apetência pela procura de drogas, ou outro tipo de vicio e por outro lado fomentar motivações saudáveis, como, por exemplo, a motivação escolar. Pois, estudos nos Estado Unidos (Columbia University) apontam para o fato de que os adolescentes ao participarem de conversas em família durante o período das refeições desenvolvem um sentido de proteção e reforço parental que os ajuda a resistir à pressão de grupo nos consumos de substâncias prejudiciais e viciantes. Convém salientar que, de um modo geral, qualquer momento de refeição, se partilhado em família tem um impacto positivo ao nível da saúde mental principalmente das crianças e jovens, sendo a hora do jantar a que melhor se adapta às rotinas e compromissos profissionais de cada um dos elementos da família. Outro estudo da Havard University vem reforçar estes fatos, na medida em que verificaram que crianças oriundas de famílias que estabeleceram um compromisso com o momento das refeições, tornaram-se em adultos mais confiantes tendo passado por uma adolescência mais estável. Neste sentido, à hora do jantar marque este compromisso com a sua família, se por motivos profissionais não for de todo possível, comece, pelo menos, por um ou ambos os dias do fim de semana e reserve na sua agenda pelo menos um dia durante a semana.
NOTA FINAL – Quando participei na coletiva do Rei Roberto Carlos, a bordo do transatlântico Costa Serena, jantei junto de alguns colegas de outros OCS. Naquela mesa, ninguém se conhecia e, por conseguinte, todos entraram mudos e saíram calados. Não se fizeram comentários sobre a coletiva (o show era depois da refeição), não se falou da comida, enfim, nada de nada. Eu acabei por ter sorte porque a menina que me serviu a bebida (suco e água. Quando trabalho não gosto de ingerir vinho nem cerveja) era porteguesinha-da-costa. Sempre foi uma meia-satisfação. Estive para perguntar a ela se vivia na Maia, mas, acabei por não o fazer. Não tinha nada a ver com a célebre Abelha Maia, mas tão somente com um cidadão que todos nós conhecemos.
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