DUAS FOTOS PARA UM TEMA
É vulgar dizer-se, na gíria jornalística, que uma foto vale
mais do que mil palavras. Um artigo sem uma foto, também é comum dizer-se, é a
mesma coisa do que um jardim sem flores. Aqui, pensamos que já é discutível
esta versão. Um artigo bem concebido, pelo próprio fato em si e literariamente
falando, tem sempre o seu grande peso junto dos leitores mais atentos. Óbvio
que juntar as
duas coisas a uma foto é sempre apetecido para o escriba e,
também, em termos de apresentação, para o próprio jornal. Ninguém tem a menor
dúvida.Do meu tempo de árbitro (futebol, basquetebol, andebol e futebol de 5), de treinador, de secretário e diretor técnico, ainda guardo, religiosamente, algumas fotos que, por si só, podem servir no futuro para alinhavar mais alguns escritos, dentro da linha que tenho vindo a seguir neste jornal, agradecendo desde já a todos aqueles, sobretudo do Canadá e Estados Unidos, que me têm enviado emails a parabenizar e fundamentalmente a incentivar para continuar com este estilo de escrita. Sempre que possa e o espaço continuar a ser concedido, não deixarei de fazê-lo. Ao fim e ao cabo, faço o que mais gosto. É por de mais sabido.
Duas fotos, do tempo a preto-e-branco, me prenderam a atenção para seguir o raciocínio idealizado. A primeira tem a ver com um almoço na sede do Lusitânia, por ocasião de uma festa de homenagem ao João Botelho. Figuram na mesma, Luís Bretão, Luís “Maravilhas” e a esposa, Fausto Fonseca, estes quatro amigos que menciono, estando eu entre eles: Augusto Ávila, Ezequiel Borges Barcelos, Manuel do Rosário e José Daniel Macide. Quatro amigos que já lá estão no “outro lado da vida”. Ainda éramos jovens: eu, Macide (já com umas barbas bem vistosas), os Luizes e o Fausto. E o curioso, pela foto, é que, enquanto o Rosário, o Barcelos e o Ávila conversavam, os dois escribas estavam concentrados na comida que estava nos respectivos pratos. Um velho hábito quando nos juntávamos nestes almoços.
A outra foto reporta ao último Torneio de Classificação dos Açores, disputado na cidade da Horta e que teve como vencedor o Lusitânia que, no derradeiro jogo, derrotou o AAC por 3-0, torneio esse que foi disputado no Estádio da Alagoa. À noite, no Café Internacional, festa rija, com Nelson Terra, Luis Airosa, Francisco Gabriel (Taleia), Henrique Moniz, José Henrique “Capucho” e outros terceirenses que excursionaram no Ponta Delgada, que chegou à cidade da Horta no domingo de manhã. Também lá estava no jogo, creio que se deslocou de avião militar, o capitão Fernando Lopes, hoje coronel na reserva. De resto, foi também a última vez que o Lusitânia teve aquela grande recepção, com saída do cais do Porto das Pipas até à sede do clube. Foi, ao cabo, o adeus à prova mais popular do futebol açoriano, com grandes episódios ao longo das suas muitas edições. Este é um deles, do nosso querido amigo, já falecido, José Borges Nunes, ao serviço do Rádio Clube de Angra na cidade da Horta: “senhores ouvintes, por aqui está um frio abrasador”.
E eu vou terminar porque, aqui no Rio de Janeiro, está um calor infernal. Este sim, abrasador sem frio.
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