O VARGAS E O SEU "AMOR PELOS PATINS"
Do
muito que aqui temos escrito já nos debruçamos sobre o Vargas, o maestro, o
ex-futebolista. Um faialense. Hoje, e após também termos falado recentemente
sobre outro faialense (Guilherme Lima), continuamos com gente daquela que
sempre considerei a minha “segunda ilha”, pelo tempo que por lá
estive ao
serviço do futebol com o estatuto de treinador, com passagens pelo Sporting
(1986-87) e Flamengos (2003-2004). Faial que, em tempos de outrora, isto é, e
mais concretamente, antes do êxodo emigratório originado pela erupção do vulcão
dos Capelinhos, foi um viveiro de atletas em várias modalidades. Por exemplo,
em 1958, nos Jogos Desportivos Açorianos, organização do decano clube açoriano
Fayal Sport Club, o Faial foi vencedor em quase todas as modalidades, só não
conseguindo êxito no futebol face ao maior poderio da seleção da Terceira.Com o êxodo emigratório pelos motivos que acima referimos a ilha perdeu muito dos seus valores. Por outro lado, outros rumaram para a ilha Terceira que, verdade se diga, sempre recebeu esses valores de braços abertos. Por exemplo, no hóquei em patins o Vítor, vulgarmente conhecido por “faroleiro” (sua profissão desenvolvida na freguesia da Serreta) e também o Mário Vargas, este mais completo porque abraçou outras modalidades. Como atleta, e falando da sua presença na Terceira, creio que sempre serviu o Sport Club Angrense, com muito brio e a reconhecida qualidade. Posteriormente, com o estatuto de treinador, a sua opção passou pelo Lusitânia, tendo, para o efeito, formado jovens com muito potencial. Também foi daqueles que, conjuntamente com o Vítor, Fernando Alberto, Rui Felton e outros dessa época, fez renascer o hóquei em patins na ilha Terceira e cuja modalidade, como se sabe, atingiu a escala nacional. Podemos classificar, sem pontinha de exagero, Mário Vargas como um dos grandes obreiros dessa mesma ascensão, com a virtude de sempre respeitar a Comunicação Social. Nunca se esquivou a passar qualquer informação e, fundamentalmente, respeitava as opiniões dos escribas e colaboradores das rádios que se deslocavam até ao pavilhão de Angra. Manteve continuamente esta postura. E se não concordava com uma critica, tinha o condão de saber dirigir-se às pessoas que a vinculavam nos seus respectivos OCS. Com ele, o “fair play” esteve sempre de mãos-dadas.
Hoje, Mário Vargas está “aposentado” da atividade desportiva, mas, pelo que dele conhecemos, acompanha por fora. Não é fácil abandonar o “amor pelos patins”. Hoje, claro, um amor de forma diferente. De resto, Mário Vargas, do Faial para a Terceira, fica na história do desporto açoriano. Se também é um dos esquecidos, juntamos a sua à nossa voz (e as vozes dos outros). O tempo jamais apagará o seu valioso contributo ao longo de vários anos.
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