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terça-feira, 4 de abril de 2017

Do jornalista João Rocha






A árvore de encontro ao carro


                                                              



Perante uma perspetiva de azar, quase todos preferimos pensar que as coisas ruins “só acontecem aos outros”. Na estrada, enquanto condutores, o estado de espírito é idêntico.

Se falta o selo do carro, ninguém vai notar e adia-se a despesa por mais uns dias.


Os pneus podem estar carecas, mas existe a esperança de que aguentarão até haver dinheiro para a sua substituição.

Circulamos acima do limite de velocidade imposto pela lei, mas, até porque ouvimos no café a mensagem reconfortante de “hoje a polícia não está na rua”, ninguém é capaz de nos apanhar.

Seja quais forem as condições climáticas e da própria faixa de rodagem, há muito boa gente que só sabe conduzir com o pé pesado no acelerador, mandando a sua segurança e a dos outros às malvas.

No asfalto, em abono da verdade, quem apenas cumpre à letra as regras de condução são os aprendizes ao volante dos carros de instrução – quando conseguem a carta, porém, rapidamente passam para o lado dos automobilistas “a sério”, que acham, por exemplo, que o pisca só serve para as iluminações natalícias.

E, muito naturalmente, os acidentes acabam por ser inevitáveis.

O assumir de culpas é que configura caso de solução mais problemática. Quando alguém espatifa o carro, costuma argumentar de que os “travões falharam” e, em caso de embate contra uma árvore, há quem jure a pés juntos que “o tronco veio de encontro à viatura” …

Face a todo este arrazoado de constatações, não espantam, em nada, os dados policiais que indicam a detenção diária de condutores com excesso de álcool no arquipélago.

Não obstante reconhecer que nalgumas situações a ação dos agentes deveria pautar-se num registo sobretudo preventivo (as “esperas” nos dias de Amigos e Amigas não integram o lote das atitudes mais pedagógicas…), também recuso alinhar no coro dos que acusam os polícias de “andarem na caça à multa”.

Regras são regras e o seu cumprimento é imperativo para o bem coletivo. Quem quiser sair com o intuito de consumir bebidas alcoólicas, pode ir à boleia ou apanhar táxi.

“Só mais um copo para o caminho” é uma atitude para ser arrumada definitivamente no baú das más recordações.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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