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domingo, 29 de outubro de 2017

De um livro que não foi publicado


Pintaram a cara de preto

Sempre gostei, nas viagens, de engendrar umas partidinhas aos amigos e colegas de profissão. Como eles diziam, fazia as minhas pela calada. Andava sempre com... olho na faca e olho na lapa, como sói dizer-se, para não ser
apanhado. Porém, numa dessas viagens, no regresso a casa, peguei no sono no avião, o que raramente acontecia. Este foi, pois, o dia deles. Quando o avião aterrou, acordei. Toda a gente ria, eu também sem saber de quê e porquê. À saída do avião, a hospedeira perguntou-me se eu não tinha lavado a cara. Disse-lhe, com toda a naturalidade, que sempre tomo o meu banho antes de sair. Mas ela aconselhou-me a ir ao WC ver a minha cara. Lá fui. Tinha a cara toda pintada de preto. Desta vez fui a vítima. Um dia isso tinha que acontecer. Obra de quem? Pois claro, do Dionísio, do Carlos Alberto Silva Sousa, do Paulo Marcelino, do João Amaro, para citar apenas estes. A tal mística do Lusitânia, prenhe de alegria e de inusitada camaradagem.


Muito mais tarde, fui apanhado de novo, carreguei com uma embalagem de pedras grandes. Deixaram na recepção do ISEF, pedindo para eu levar para o Açores para o meu amigo Valdiro, azulejos para a casa que ele estava a construir. Nada de azulejos, pedras enormes. Filhos da mãe, esta foi a melhor de todas. Daí para a frente, nunca mais fui o visado. Mas paguei, bem caro, pelas partidas que fiz aos colegas e amigos.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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