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485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

domingo, 5 de novembro de 2017

Flashes de um livro que não foi publicado

As dores de barriga do Palmeira Bicho
Em representação do jornal “A Bola”, acompanhei o Vitória de Setúbal numa digressão a São Miguel, Açores. Mas, antes, o Vitória havia passado pela ilha Terceira, concretamente pela cidade de Angra do Heroísmo.
Sempre disponível para com os amigos, acedi ao convite do Palmeira Bicho para fazer os comentários para a SPAL, através do emissor Clube Asas do Atlântico. Tudo estava a decorrer da melhor forma, mas, a dado momento, com fortes dores de barriga, Palmeira Bicho, que relatava o jogo, passou-me o microfone para a mão e desatou a correr pela pista de tartan em direção aos balneários para, obviamente, com toda aquela aflição, despejar a tripa. E que fazer perante aquela situação... Passei a bola para o Fernando Franco que estava encarregado da publicidade. Disse-lhe: Fernando, relata, vamos não se pode parar. Entretanto, eu comentava umas jogadas para dar tempo a que o Fernando também se recompusesse da inesperada surpresa. Lá foi, lentamente, relatando e, desta feita, eu intervindo com mais regularidade, até que o Palmeira Bicho retornasse. O Fernando Franco não estava muito à-vontade, mas sempre foi dando umas pinceladas para os ouvintes não se aperceberem que algo tinha corrido mal, após a desenfreada corrida do Palmeira Bicho, que mais parecia um corredor de cem metros, mesmo com aquela barriga a deitar pelo cinto fora.

Quando chegou ao posto de reportagem, instalado na pista de tartan, ali pertinho do relvado, o Palmeira Bicho sorria com ar de aliviado. Só que o Fernando Franco não esteve para meias-medidas, passou-lhe de novo o microfone e seguiu o mesmo rumo, porque ele também já estava com os mesmo sintomas de caganeira. Mas, aqui, tudo bem, porque o Bicho, com toda a sua lata experiência, relatava e simultaneamente metia a publicidade. Como o jogo estava a terminar, o Fernando Franco não mais voltou. Eu, nesse dia, almocei uma canja e um bife grelhado e eles optaram por uma bruta feijoada. Da feijoada, foi o que se viu, melhor, o que eu vi. Duas corridas céleres para chegar ao WC dos vestiários das equipas. Se o público que estava nas bancadas não estivesse atento ao jogo, seria capaz de aplaudir aqueles dois improvisados corredores de cem metros. Só não sei o tempo que gastaram até chegar ao WC. Deve ter sido um tempo muito bom, porque não cheiravam mal.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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