Em
representação do jornal “A Bola”, acompanhei o Vitória de Setúbal numa
digressão a São Miguel, Açores. Mas, antes, o Vitória havia passado pela ilha
Terceira, concretamente pela cidade de Angra do Heroísmo.
Sempre
disponível para com os amigos, acedi ao convite do Palmeira Bicho para fazer os
comentários para a SPAL, através do emissor Clube Asas do Atlântico. Tudo
estava a decorrer da melhor forma, mas, a dado momento, com fortes dores de
barriga, Palmeira Bicho, que relatava o jogo, passou-me o microfone para a mão
e desatou a correr pela pista de tartan em direção aos balneários para,
obviamente, com toda aquela aflição, despejar a tripa. E que fazer perante
aquela situação... Passei a bola para o Fernando Franco que estava encarregado
da publicidade. Disse-lhe: Fernando, relata, vamos não se pode parar.
Entretanto, eu comentava umas jogadas para dar tempo a que o Fernando também se
recompusesse da inesperada surpresa. Lá foi, lentamente, relatando e, desta
feita, eu intervindo com mais regularidade, até que o Palmeira Bicho
retornasse. O Fernando Franco não estava muito à-vontade, mas sempre foi dando
umas pinceladas para os ouvintes não se aperceberem que algo tinha corrido mal,
após a desenfreada corrida do Palmeira Bicho, que mais parecia um corredor de
cem metros, mesmo com aquela barriga a deitar pelo cinto fora.
Quando
chegou ao posto de reportagem, instalado na pista de tartan, ali pertinho do
relvado, o Palmeira Bicho sorria com ar de aliviado. Só que o Fernando Franco
não esteve para meias-medidas, passou-lhe de novo o microfone e seguiu o mesmo
rumo, porque ele também já estava com os mesmo sintomas de caganeira. Mas,
aqui, tudo bem, porque o Bicho, com toda a sua lata experiência, relatava e
simultaneamente metia a publicidade. Como o jogo estava a terminar, o Fernando
Franco não mais voltou. Eu, nesse dia, almocei uma canja e um bife grelhado e
eles optaram por uma bruta feijoada. Da feijoada, foi o que se viu, melhor, o
que eu vi. Duas corridas céleres para chegar ao WC dos vestiários das equipas.
Se o público que estava nas bancadas não estivesse atento ao jogo, seria capaz
de aplaudir aqueles dois improvisados corredores de cem metros. Só não sei o
tempo que gastaram até chegar ao WC. Deve ter sido um tempo muito bom, porque
não cheiravam mal.
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