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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Poemas - Da conceituada atriz Cidah Viana

MEU BARQUINHO DE PAPEL
Eu tenho uma canoa.
Da mesma forma que tive um amigo secreto
que morava dentro de um poste.
Conversava horas e horas com ele.
O amigo cresceu e se foi.
Mas a canoa ficou.
Cheirosa.
Feita de canela, madeira nativa.
Não, ela não tem nome...
Apenas, minha canoa.Sempre que me encontrava em aflição,
deitava nela, segurava as bordas e gritava:
- Vai remando, canoa!!!
E ficava ali... até me acalmar.
A leveza da infância me conduzia.

Hoje, de olhos fechados, 
deitada em minha canoa,
percebo que tem muito peso nela...
A tempestade está forte...
Ela não vai aguentar...
Abri os olhos e percebi que minha canoa
não passava de um barquinho de papel.
A tempestade cada vez mais forte.
Não tenho outra saída...
Devo tirar um pouco do peso.
Joguei fora as preocupações, fechei os olhos,
segurei as bordas, soltei meu corpo e gritei:
- Vai remando, canoa!!!
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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