Publicando uns trechos do livro do meu querido amigo Mário Pereira da Costa sobre dois dos maiores improvisadores dos Açores que emigraram para os Estados Unidos da América do Norte. Uma homenagem aos dois, nomeadamente à D. Angelina que conheci pessoalmente e de que fui amigo pessoal do seu filho, pai do então futebolista Jorge "Turlu". Num jogo entre Lusitânia e o Angrense, o pai do Jorge, encostado à vedação do peão, disse o seguinte: "vai Jorge, sou do Lusitânia, mas és meu filho a jogar no Angrense".
E assim vamos começar a publicar quadras destes "monstros sagrados" do cantar ao improviso, quadras de cantoria(s) nos Estados Unidos:
Turlu
Nobre povo estou aqui
Para vos cantar coisas sérias,
Mas ouvi dizer por aí
Que tenho a musa em férias
Charrua
Mais uma vez aqui venho
Cantar à sociedade
Tenho pena que não tenho
Versos à nossa vontade.
Turlu
Parece que vou morrer à míngua
Está-me a fugir as ideias
Até me paralisa a língua
Gela-me o sangue nas veias
Charrua
Angelina, tu não morres
Eu ainda não morri
No momento que tu corres
Corre alguém atrás de ti
Turlu
Morte vem com passos certos
Para mim, acho-a tão bela
Eu estou de braços abertos
Para me abraçar a ela
Charrua
Não me fales, tem cuidado
Na morte e sua traição
Porque ficaria ajoelhado
Aos pés do teu caixão
(continua)
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