Os nossos amigos
A conquista de amigos é
o nosso primeiro ato social digno de relevo.
A escola (jardim de
infância na linguagem moderna) transforma-se num reduto preferencial para
alcançarmos a amizade de alguém – segundo o dicionário, a palavra traduz-se na
“afeição por uma pessoa, simpatia, dedicação, atração”.
O
mais giro de tudo é que a escolha de um amigo não requer qualquer tipo de
exigência.
Não
interessa ser bonito, gordo, magro, alto, baixo, rico ou pobre. Só se pretende
uma única coisa – que seja nosso amigo.
Como
se chega ao estatuto de amigo é fenómeno ainda por explicar. É algo que se
sente, mas não se revela por palavras.
É
dos sentimentos mais nobres e consistentes, bem ao contrário do amor, cuja
aproximação ao ódio pode ser feita à velocidade da luz.
Os
amigos brotam dos bancos da escola, da vizinhança, da tropa, do trabalho e dos
amigos... dos amigos.
Podem
nunca estar de acordo com as nossas ideias, serem adeptos dos rivais do clube
que nos faz vibrar ou uns chatos de primeira apanha, mas, caramba, gostamos
mesmo dos amigos.
O
mundo sem amigos é, de todo, inconcebível. Era como se as crianças nunca
sorrissem, o sol fosse frio, os rios não transportassem água nos seus leitos e
a poesia ignorasse as palavras.
Costuma-se
dizer que os amigos são para as ocasiões, as quais, posteriormente, se
transformam em recordações para toda a vida.
Os
amigos geram emoções que solidificam a partilha própria da amizade.
“Diz-me
com quem andas, dir-te-ei quem és”, é outro dos aforismos utilizados com o
intuito de desmascarar um eventual amigo da onça.
Peço
desculpa à sabedoria popular, mas, neste caso, está a ser deveras intrometida.
Cabe
exclusivamente a nós darmos palpites sobre os nossos amigos. Quem está de fora,
deve limitar-se a cheirar tabaco.
Caso
contrário, faça um verdadeiro tributo à amizade num dos muitos almoços e
jantares marcados para a próxima 5ª feira, 18 de janeiro, à conta do “Dia dos
Amigos”.
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