Crónica com nacos de ficção
27 de Novembro de 2013
Às vezes penso que não vale a pena continuar, mas, de repente,
essa fumaça sai da cabeça. Há mesmo que continuar enquanto a cabecinha
funcionar em pleno. Para não existirem confusões de cabecinhas, direi o cérebro
em pleno. Por enquanto incólume, sem necessitar de uma substância chamada
fosfoglutina. Creio que, há largo tempo, que não existe no mercado. E mesmo
que
existisse, contudo as pessoas estão agora mais preocupadas em um comprimidinho
de cor azul, inclusive jovens que estão optando por isso. Tanto quanto sei, há
muito boa gente que faz tráfego dessa coisa com idas regulares ao Paraguai onde
o comprimidinho (azul é a cor preferida do Roberto Carlos, mas ele não usa esse
comprimido. Por enquanto, por enquanto...) é comprado ao chamado “preço da
chuva”. Há dias ouvi alguém dizer que uma caixinha contém sessenta azuis.
E será que, em função da cor, o Pinto da Costa recorre a este processo para
“levantar-a-alma-de-baixo”? Como ele adora mulher nova, isso até pode
acontecer. Uma coisa é certa: o comprimidinho azul até já entrou na lista dos
genéricos, é sinal que a procura é muito grande.
Eu tenho um amigalhaço que sempre me diz que anda com “ele
levantado” quase 24 horas por dia. Sinceramente, tanto que ele fala que fico
intrigado. Há relativamente pouco tempo, estávamos na padaria tomando o nosso
cafezinho da ordem e, a dado momento, ele se despediu e foi diretamente à
farmácia que ficava em frente. Curiosamente, na cavaqueira foi ele que aflorou
o seguinte: esta noite o “gajo baixou de potência”, daí se perceber que, a
ficar altamente preocupado, o nosso amigo tenha ido logo de manhã para a
farmácia, certamente para se abastecer de “blue”. Antigamente, cantava-se muito
o “amor é azul”. Será que a ideia de fabricar o “comprimido azul” adveio da
letra dessa canção? Como já vi um porco andar de bicicleta, já acredito em
tudo.
A minha mente, sobre este tema, virou-se agora para o passado,
lembrei-me de um sargento que se considerava um “conquistador nato” e andava
sempre na mira das mulheres que ele sabia que lhe dariam “trela”. É possível
que esse sargento não tenha apanhado o lançamento do “blue”. Não morreu com
esse desejo, porque nessa altura não passaria pela cabeça de ninguém que o
“blue” surgisse no mercado para aliviar os que já atravessam a fase do declínio
(entenda-se de potência). E pensava eu: e se ele efetivamente tivesse vivido
para usar o “blue”? Era capaz de colocar um cartaz no quartel com o seguinte
anúncio: facilito as saídas do quartel aos recrutas que me trouxerem
“comprimidos blue”, prescindindo, também, das rotineiras continências.
Sem comentários:
Enviar um comentário