Ancestrais
Vida que vai e
Vem
Homem que nasce e
É eterno.
Mulher
Criação.
Homem
Pedras e animais
Irmãos.
Nesta espera
Que apedreja o coração do homem
Esperança.
ENTRE O QUEIJO E O CAFÉ
A inspiração é livre...
Livre?
Livre sou eu
E você, poeta?
Não.
O poeta não é livre
Ocorre que...
Entre o queijo e o café
Às vezes...
Só de olhar...
Olhar?
A flor embevecida...
SOMOS
Arrancados à raiz...
E,
Onde... Onde... está o lápis?
Maria!
Rápido...
Um papel...
Basta
O som da água
Caindo na folha
Verde ou
Seca da parreira
De uva roxa
Esta que nos cobre por inteiro...
A poesia é maré
Que corre em nossas veias
O poeta não é livre
Desfolhado de si
Atento
Ao vale de cada dia...
Teima ser livre
Embora
Fervilha
Graniza
Salpica
A natureza
Deste ser dos versos
Queda este
Por vezes
Num bosque sem lua
Dias sem sol...
A cruzar com rostos sem vida
A inspiração é livre
O poeta não
Imagens nuas afloram-lhe voos
Içam-lhe pétalas
Destino
Onde ele
O poeta apinha nos galhos
Para salvar-se da graça inversa
A devotar-lhe ferozmente
Alvo do átomo
Ali
A queimar nas labaredas das metáforas
Degolado pela pena
Em protesto confesso
Nos aromas fluviais da mata
Tentado
Ele deixa levar pela vida
É levado pela vida
Às mãos das nuvens
Nem sempre com a brancura do copo-de-leite
Flor.
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