1- Já não
estava no ativo como árbitro, mas, felizmente, fui convidado para fazer parte
de um trio num jogo de homenagem ao Valdemar Bretão, grande lusitanista,
dirigente com muitos conhecimentos sobre futebol e suas transferências, para
além de outros atributos. Uma festa em que se defrontaram a velha guarda do
Lusitânia e a equipa sénior. Uma iniciativa do Luís Teves e seus companheiros.
Um gesto que calou fundo. Os outros dois árbitros, tal como o Valdemar Bretão,
já não fazem parte do rol dos vivos, eles, Joaquim Laureano
Simões (faleceu nos
Estados Unidos) e Manuel António Sousa, também ele da minha infância, criado no
Corpo Santa em casa do seu tio, um senhor pintor que era de São Miguel. Manuel
António, sogro do Joaquim de Jesus "Quim", atual coordenador do
futebol jovem do Angrense. O Quim estava com o Lusitânia na Covilhã quando o
sogro morreu e acabou por regressar à Terceira sem defrontar o Castelo Branco
para a Taça de Portugal. Nessa altura, Ricardo Rosa era o treinador do
Lusitânia.
2. - Lembrem-se
de mim! Sabem onde estou... Sabem que ainda estou bem vivo. Sabem que o meu
trajeto jornalístico é um aquilatável Romance. Nem necessito de fazer
propaganda. As palavras dizem tudo... Sabem, sim, que ainda vou continuar por
mais alguns meses (até 10 de março de 2014?). Não tenham dúvidas. Arrumar as
chuteiras? Ainda não... Ainda estou com muita pujança, embora reconheça que,
pelo avanço da idade, não sou jogador para entrar na alta bolsa das
transferências. Porém, não se iludem, visto que ainda marco os meus golos. Todo
o dia marca um... ou mais. De todas as formas e feitios... Não vou, porém,
referenciar a minha grande especialidade. Se o fizesse, teria à minha porta um
camião cheio de cartas para uma possível contratação. E viriam deste Brasil
lés-a-lés. Do exterior, dispenso... Já me habituei ao uso da moeda (real), da
comidinha acompanhada por arroz e feijão e a outras coisas deliciosas que
existem neste país. E que deliciosas... Não estou pensando naquilo que vocês ao
lerem esta matéria cogitam. Não sejam maldosos (rssss)...
3 - Às
quintas-feiras, os padres da igreja da Conceição, José Garcia e Hermínio,
visitavam a escola do Corpo Santo. Para nós, era uma visita normal, mas, a dado
momento, começamos a detestar o padre José Garcia (um calmeirão da ilha do
Pico) pela sua arrogância. De resto, empatia pelo padre Hermínio, por ser mais
calmo, por ter um diferente temperamento.
Por outro
lado, a professora Jesuína (apelidada de “barbuda”) também não era de deitar
água a pintos.
A Escola
Primária do Corpo Santo, onde hoje está instalada a Junta de Freguesia da
Conceição, tem histórias que levavam o seu tempo a contar, uma delas
tragicómica quando, após o almoço (decorria das 12 às 13 horas), o LG se cansou
de pedir à professora Jesuína para “ir lá fora” (entenda-se por WC) e ela,
teimosamente, nunca lhe deu luz verde para o efeito. E o que aconteceu face a
essa negação? O nosso amigo LG não esteve para meias-medidas e borrou-se todo
na cadeira onde estava sentado. O cheiro daquela coisa que a gente conhece por
m.... foi-se espalhando pela sala e, a dada altura, sem autorização da
“mestra”, a debandada foi geral, ficando a sala vazia à espera que alguém a
limpasse. Como ninguém o fez na ocasião, o tempo passou e a hora da saída
chegou. E, no dia seguinte, até pedimos ao LG para repetir a dose, pois,
tratando-se de uma quinta-feira, era dia dos padres visitarem a escola durante
a manhã. Sim, os padres, José Garcia e Hermínio que falavam sobre religião e,
na parte final, tínhamos que rezar. Um dia, o Jorge Coelho excedeu-se com o
padre José Garcia e foi o pandemónio naquela escola, com a professora Jesuína
completamente atarantada. Mas aqui a aula de religião continuou e só saímos ao
meio-dia para o almoço e todos cantavam “a gente quer é futebol”, coisa que não
tínhamos na escola por birra da professora Jesuína que, por ter uma perinha,
foi alcunhada de “barbuda”. Era má nem as cobras e daí teimosa q.b., mas,
depois daquela ação do LG, ela jamais deixou de conceder autorização a quem
pedia “para ir lá fora” para urinar ou despejar a tripa. Contudo, às
quintas-feiras, antes das 10 horas, a professora avisava a navegação:
"quem quiser ir lá fora aproveite estes 10 minutos de tolerância, porque,
depois, não há autorização para ninguém”. Claro que às quintas-feiras tínhamos
as visitas pastorais digamos assim. A rapaziada até não se importava de rezar,
o problema é que ninguém dentro da escola (exceto a professora) “gramava”
(termo aplicado naquele tempo) o padre José Garcia, um “calmeirão” que veio do
Pico para a ilha Terceira. Por outro lado, tínhamos simpatia pelos sobrinhos do
mesmo, o Nuno e o José Garcia (nome do tio) que moravam ali pertinho da igreja
e da Escola Industrial. Na verdade, a rapaziada do tempo (alguns estão
emigrados para os Estados Unidos e Canadá) se identificava com o padre
Hermínio, por ser uma pessoa mais calma e, sobretudo, por ser brincalhão.
Digamos dois padres de feitios diametralmente opostos. O padre José Garcia era
de explosões e só metia respeito em função do seu porte atlético. E o mais
curioso de tudo isto é que a maltinha da Escola Primária do Corpo Santo
procurava ir à missa quando esta era celebrada pelo padre Hermínio. Tempos que
já lá vão. E que estes dois padres estejam em bom lugar, na Paz do Senhor!
Observação
– Não quisemos revelar o nome do aluno em questão por acharmos que podia ficar
melindrado, hoje que é um adulto e pai de filhos. Mas essa foi mesmo uma
história de lhe tirar o chapéu.
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