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segunda-feira, 7 de maio de 2018

E tudo são recordações - Do Azores Digital



 Factos que sempre recordamos com saudade

1- Já não estava no ativo como árbitro, mas, felizmente, fui convidado para fazer parte de um trio num jogo de homenagem ao Valdemar Bretão, grande lusitanista, dirigente com muitos conhecimentos sobre futebol e suas transferências, para além de outros atributos. Uma festa em que se defrontaram a velha guarda do Lusitânia e a equipa sénior. Uma iniciativa do Luís Teves e seus companheiros. Um gesto que calou fundo. Os outros dois árbitros, tal como o Valdemar Bretão, já não fazem parte do rol dos vivos, eles, Joaquim Laureano
Simões (faleceu nos Estados Unidos) e Manuel António Sousa, também ele da minha infância, criado no Corpo Santa em casa do seu tio, um senhor pintor que era de São Miguel. Manuel António, sogro do Joaquim de Jesus "Quim", atual coordenador do futebol jovem do Angrense. O Quim estava com o Lusitânia na Covilhã quando o sogro morreu e acabou por regressar à Terceira sem defrontar o Castelo Branco para a Taça de Portugal. Nessa altura, Ricardo Rosa era o treinador do Lusitânia.

2. - Lembrem-se de mim! Sabem onde estou... Sabem que ainda estou bem vivo. Sabem que o meu trajeto jornalístico é um aquilatável Romance. Nem necessito de fazer propaganda. As palavras dizem tudo... Sabem, sim, que ainda vou continuar por mais alguns meses (até 10 de março de 2014?). Não tenham dúvidas. Arrumar as chuteiras? Ainda não... Ainda estou com muita pujança, embora reconheça que, pelo avanço da idade, não sou jogador para entrar na alta bolsa das transferências. Porém, não se iludem, visto que ainda marco os meus golos. Todo o dia marca um... ou mais. De todas as formas e feitios... Não vou, porém, referenciar a minha grande especialidade. Se o fizesse, teria à minha porta um camião cheio de cartas para uma possível contratação. E viriam deste Brasil lés-a-lés. Do exterior, dispenso... Já me habituei ao uso da moeda (real), da comidinha acompanhada por arroz e feijão e a outras coisas deliciosas que existem neste país. E que deliciosas... Não estou pensando naquilo que vocês ao lerem esta matéria cogitam. Não sejam maldosos (rssss)...



3 - Às quintas-feiras, os padres da igreja da Conceição, José Garcia e Hermínio, visitavam a escola do Corpo Santo. Para nós, era uma visita normal, mas, a dado momento, começamos a detestar o padre José Garcia (um calmeirão da ilha do Pico) pela sua arrogância. De resto, empatia pelo padre Hermínio, por ser mais calmo, por ter um diferente temperamento.
Por outro lado, a professora Jesuína (apelidada de “barbuda”) também não era de deitar água a pintos.

A Escola Primária do Corpo Santo, onde hoje está instalada a Junta de Freguesia da Conceição, tem histórias que levavam o seu tempo a contar, uma delas tragicómica quando, após o almoço (decorria das 12 às 13 horas), o LG se cansou de pedir à professora Jesuína para “ir lá fora” (entenda-se por WC) e ela, teimosamente, nunca lhe deu luz verde para o efeito. E o que aconteceu face a essa negação? O nosso amigo LG não esteve para meias-medidas e borrou-se todo na cadeira onde estava sentado. O cheiro daquela coisa que a gente conhece por m.... foi-se espalhando pela sala e, a dada altura, sem autorização da “mestra”, a debandada foi geral, ficando a sala vazia à espera que alguém a limpasse. Como ninguém o fez na ocasião, o tempo passou e a hora da saída chegou. E, no dia seguinte, até pedimos ao LG para repetir a dose, pois, tratando-se de uma quinta-feira, era dia dos padres visitarem a escola durante a manhã. Sim, os padres, José Garcia e Hermínio que falavam sobre religião e, na parte final, tínhamos que rezar. Um dia, o Jorge Coelho excedeu-se com o padre José Garcia e foi o pandemónio naquela escola, com a professora Jesuína completamente atarantada. Mas aqui a aula de religião continuou e só saímos ao meio-dia para o almoço e todos cantavam “a gente quer é futebol”, coisa que não tínhamos na escola por birra da professora Jesuína que, por ter uma perinha, foi alcunhada de “barbuda”. Era má nem as cobras e daí teimosa q.b., mas, depois daquela ação do LG, ela jamais deixou de conceder autorização a quem pedia “para ir lá fora” para urinar ou despejar a tripa. Contudo, às quintas-feiras, antes das 10 horas, a professora avisava a navegação: "quem quiser ir lá fora aproveite estes 10 minutos de tolerância, porque, depois, não há autorização para ninguém”. Claro que às quintas-feiras tínhamos as visitas pastorais digamos assim. A rapaziada até não se importava de rezar, o problema é que ninguém dentro da escola (exceto a professora) “gramava” (termo aplicado naquele tempo) o padre José Garcia, um “calmeirão” que veio do Pico para a ilha Terceira. Por outro lado, tínhamos simpatia pelos sobrinhos do mesmo, o Nuno e o José Garcia (nome do tio) que moravam ali pertinho da igreja e da Escola Industrial. Na verdade, a rapaziada do tempo (alguns estão emigrados para os Estados Unidos e Canadá) se identificava com o padre Hermínio, por ser uma pessoa mais calma e, sobretudo, por ser brincalhão. Digamos dois padres de feitios diametralmente opostos. O padre José Garcia era de explosões e só metia respeito em função do seu porte atlético. E o mais curioso de tudo isto é que a maltinha da Escola Primária do Corpo Santo procurava ir à missa quando esta era celebrada pelo padre Hermínio. Tempos que já lá vão. E que estes dois padres estejam em bom lugar, na Paz do Senhor!

Observação – Não quisemos revelar o nome do aluno em questão por acharmos que podia ficar melindrado, hoje que é um adulto e pai de filhos. Mas essa foi mesmo uma história de lhe tirar o chapéu.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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