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485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Do poeta, escritor, jornalista, Luís Fernando Veríssimo


IMAGENS BONITAS

E não é que o “jour de gloire” da Marselhesa chegou mesmo? Durante um bom período do jogo, a glória francesa parecia uma possibilidade remota. Os croatas dominavam, os franceses se encolhiam e confiavam em escapadas do Mbappé – e as escapadas do Mbappé não vinham. Aí, a Croácia fez seu primeiro gol e a França acordou para o seu destino histórico e reagiu, liderada pelo Griezmann como uma Marianne – símbolo da Revolução – travestida. E a Bastilha não resistiu.
No fim, a imagem que fica desta Copa não é a de nenhum detalhe do último jogo, nem de qualquer outro. Não é a de um gol espetacular – e foram muitos na Copa – ou de alguma fachada de São Petersburgo, ou do Neymar rolando pelo chão. É aquela imagem do garotinho, filho do jogador croata Vida, correndo sozinho pelo gramado depois de uma vitória do seu time, uma visão de alegria e liberdade inesquecível, pelo menos para estas retinas.

Foi bom que a Croácia não vencesse a final porque nos obrigaria a dar mais atenção não apenas ao garotinho e à sua família, mas à própria Croácia, seu passado, sua tendência fascista, suas camisetas horrorosas e sua presidente loira como, aparentemente, todos os seus habitantes. A França, que nos livrou de ter que decifrar a Croácia, também tem recaídas racistas. Mas se a vitória dos azuis prova alguma coisa é o sucesso da integração racial na seleção, contra a opinião de gente como Le Pen, que o sucesso só viria com um embranquecimento do time.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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