NOS BRAÇOS DO SALVADOR.
Um silêncio cortante,
desses de se ter medo,
espalhou - se por toda rua.
Pingos caindo de uma leve garoa,
começaram devagar a sumir.
O som de passadas apressadas,
não cadenciadas como os de alguém a fugir,
foram ouvidos de modo constante.
A rua não tinha arvoredo,
só calçada com postes de luzes apagadas
Era uma jovem cambaleante,
com a mão no peito ainda sangrante.
Roupa em desalinho e quase nua,
a jovem tropeçou e soluçou
sem poder se controlar!
Caiu em sua poça de sangue jorrante,
e sentiu uma presença ali chegar.
Não era seu agressor que a vinha atacar,
Eram mãos estendidas à ela dirigidas
e, de repente, não tinha mais suas feridas!
O ser transcendental,
trouxe uma luz que se espalhou
pela rua vazia, fria e surreal.
Foi levada com muito carinho.
nada sentia, apenas sorria.
Instalou - se em seu peito, de mansinho,
a paz e, assim, nada sofreu!
Sua honra, intacta, não fora perdida
O Senhor, de braços abertos, a recebeu!
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