Quando
parti para Angola em 1965, já levava na bagagem a esperança de seguir a
carreira jornalística, tendo em linha de conta que, no ano de 1964, comecei nas
lides em representação do jornal "Ecos do Marítimo", por via de um desafio
que me foi lançado pelo meu bom amigo Edmundo José Pereira que, mais tarde,
após ter emigrado, faleceu em Toronto, Canadá.
Assim,
em Angola, não descurei esse entusiasmo para me transformar em verdadeiro homem
do jornalismo, neste caso, o desportivo, mantendo uma regular colaboração no
jornal do Batalhão de Caçadores 471 e, logo de seguida, a convite do capitão
José Cid Torres, enfileirar o naipe de colaboradores do jornal "O
Planalto", com publicação na cidade de Nova Lisboa, a capital do distrito do
Huambo. Mantive-me nessa situação até regressar a Portugal (1967). Depois de
umas curtas férias, reiniciei, com mais intensidade, as colaborações em jornais
de clubes para, um ano volvido, entrar para o vespertino “A União”, pela mão de
José Daniel Macide (RIP). Estava lançado na imprensa de cariz regional,
alternando, em poucos anos, com o "Diário Insular", matutino da mesma
cidade de Angra do Heroísmo.
Já
com tarimba de jornalista credenciado, sou convidado pelo Açoriano Oriental, o
mais antigo jornal de Portugal (terceiro na escala mundial), para liderar um
projeto de jornal da especialidade, bi-semanário. De novo, aceitei mais este
repto, nada fácil, convenhamos, mas lá consegui que o jornal saísse
regularmente. Uma experiência enriquecedora, corroborada com subsequente
convite, desta feita do "Diário Insular". Um projeto idêntico e que,
desde logo, teve pernas para andar. Hoje, continua a ser o jornal mais lido na
região dos Açores, registando várias distinções nas galas promovidas pelo governo
açoriano. É obra!
Comecei,
a partir daí, a ser solicitado por outros jornais, os madeirenses "Diário
de Notícias" e "Jornal da Madeira", Expresso do Centro
(Coimbra), 24 HORAS, Jornal Açores, Stadium (Toronto), As revistas Açoresport,
Açores e Açoriano Desportivo, esta última numa iniciativa de João Palmeira
Bicho, atualmente a residir em Resende, Estado do Rio de Janeiro e com quem já
conversei telefonicamente. João Bicho que continua com o bichinho da rádio. E,
de fato, aproveitou bem a sua vasta experiência, parte dela trazida de Angola.
De
tudo isto se infere que fui adquirindo a consentânea maturidade para me guindar
aos patamares superiores, ou seja, jornais de maior projeção nacional. Esta
passagem pela imprensa regional terá sido, ao cabo, um trampolim.
Hoje,
quase ao atingir os 55 anos de carreira (a 10 de março de 2019), ainda não
perdi faculdades. Fechar o meu ciclo jornalístico vai ser difícil, mas, por
outro lado, fica para a posteridade o ter atingido as minhas "bodas de
ouro". As de "prata" essas foram assinaladas com pompa e
circunstância em Angra do Heroísmo, estava eu ao serviço dos jornais A Bola e A
União e, também, como editor desportivo da Rádio Horizonte – Açores. Os 50
anos, assinalei de forma simples no Rio de Janeiro e Petrópolis.
Hoje,
sou igual ao mim próprio, colaborando em sites e jornais digitais. É outra
experiência, também ela sumamente agradável. E agora ainda mais com o meu Blog
generalista.
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