O Manel está triste, prometi fazer um canil e um gatil, se me saísse o Euromilhões,
Tal coisa, até ao dia de hoje é uma utopia.
Vai daí, vendo tanta generosidade da gente a depositar dinheiro para financiar tudo, eu também quero.
Queria...
Mas sabem?
Esqueçam, ninguém se solidariza com coisas deste tipo...
Não há por aqui interesses privados, nem partidários.
Gatos e cães não tem direitos para reivindicar.
Nem sequer eu....
Tenho direitos ou não?
Grito...
Gritas...
Gritam todos.
Temos direito...
Direito a quê?
À greve,
À saúde,
Ao trabalho,
À escolaridade,
A ser criança e a ser velho,
A ter uma morte digna.
Uns tem direito e outros não,
Uns fazem greve na saúde,
Eu não tenho direito de ficar doente, não tenho escolha.
Fiz o meu curso, nunca consegui trabalho,
Emigrei, trabalhei e fui feliz num país onde não havia direito a greve,
Onde não havia subsidio de desemprego, nem subsidio de férias,
Trabalhava e era remunerada pelo meu trabalho,
Num país onde ainda hoje tenho grandes amizades.
Voltei, voltei há doze anos, para o meu país cheio de direitos e conquistas,
Nunca consegui um trabalho, nem sequer para esfregar escadas,
Trabalho mais que uma mula, não tenho horário, nem férias pagas, não posso fazer descontos e terei uma reforma de MERDA.
Onde andam os meus direitos?
Onde está o meu direito ao trabalho se o não tenho?
Onde estão os direitos daqueles que descontaram uma vida, e agora morrem porque ninguém os opera?
Onde param os direitos daqueles reformados com carreiras congeladas há anos?
Onde estão os direitos da GNR impedida de fazer greve?
Afinal não adianta gritar, uns gritam e fazem valer os seus direitos ignorando de forma cruel o direito e a vida dos outros.
Outros podem gritar, berrar e perder a voz, nasceram sem direitos e nunca os vão ter.
Porque a nossa liberdade acaba, quando matas a do outro.
PS. Também tenho, pelo menos o direito de expressar-me.
Este texto não vai, como de costume, dirigido a ninguém em particular.
Cabe-me, porque me apetece e me
ferve a impotência,
cabe-me dizia eu, gritar mesmo sem nenhum direito, porque alguém nos roubou.
cabe-me dizia eu, gritar mesmo sem nenhum direito, porque alguém nos roubou.
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