Sou feita do pó da terra!
A palma da minha mão
Carrega uma longa vida
Com diversos obstáculos
Aos quais tento dar saída
Os meus olhos castanhos
Escondem alguma tristeza
Mas meus lábios sorrindo
Disfarçam essa incerteza
Meu ser desengonçado
Demonstra quem eu sou
Minha alma procura paz
No corpo que encarnou
Minhas falas são ásperas
Meu coração não é assim
Ele é amante da paixão
E de um amor sem fim
Eu vivo a minha vida
Sem controlar a do vizinho
Cada qual leva a sua cruz
Até ao calvário sozinho
Sou feita do pó da terra
E nele me vou transformar
Quando desistir de viver
E a lua deixar de me amar
Os sonhos brotem em mim
Como suspiros sem jeito
Que sejam a satisfação
De um caminho bem feito
A vida é como um sopro
À beira de uma ravina
Ou mantens o equilíbrio
Ou dizes mal da tua sina
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