Do colaborador José Henrique Pimpão

ANTIGA GLÓRIA DO SPORT CLUBE LUSITÂNIA

Morreu em Toronto Dionísio Capaz

                    DIONÍSIO CAPAZ foi um defesa de excelentes recursos 

Natural da ilha do Faial, Dionísio Capaz defendeu as cores do Lusitânia, entre 1958 e 1964. Atleta de eleição e homem de elevada educação e princípios. 

Faleceu no passado dia 21, em Toronto, no Canadá (país no qual fixou residência em 1989), aos 80 anos, depois ter emigrado para os Estados Unidos da América em 1967, o antigo e valoroso atleta da equipa principal de futebol do Sport Clube Lusitânia, Dionísio Capaz, que, entre 1958 e 1964, defendeu, com classe e dedicação, as cores do prestigiado emblema sediado na rua da Sé.

Em jeito de homenagem à sua memória, respingámos do jornal n.º 89 “O Lusitânia”, datado de 20/08/1963, na coluna “O Leão da Quinzena”, o seguinte:

“O Lusitânia, em todos estes 41 anos de existência, contou com atletas faialenses de muito valor nas suas fileiras. Tivemos, entre tantos, o sempre lembrado Mário Lino, que foi a transferência mais cara dos Açores e que, com o seu ingresso no Sporting, veio dar ao Lusitânia a possibilidade de comprar uma sede.

Dionísio Escobar Capaz veio completar o seu curso liceal para Angra e também quis envergar a gloriosa camisola verde-branca. Acompanhámos bem de perto a sua carreira como atleta do Lusitânia. E a sua principal característica que sempre predominou foi a sobriedade. 

Jogador pendular, que não tem grandes oscilações de forma e que é duma lisura de processos realmente extraordinária. Aplicado como poucos na preparação física quer no futebol, bem como no atletismo e andebol que praticou sempre com o maior brilhantismo. 

Cumpridor e disciplinado, acatando com a maior boa vontade as instruções dos seus treinadores, conquistou o lugar de defesa lateral esquerdo ou direito na nossa turma de honra pelos seus próprios méritos. Integra-se bem no ataque, com bom defesa moderno, distingue-se pelos seus lançamentos das linhas laterais que causam autêntico pânico na área adversária, tendo provocado esta época muitos golos.

E numa era de egoísmo exagerado e de interesses de toda a espécie, queremos salientar uma das facetas da sua personalidade que consideramos verdadeiramente exemplar: a sua aversão por exigências monetárias ou de qualquer natureza, quando muitas vezes merece e necessita mais do que ninguém. 

Temos o prazer, portanto, de afirmar que Dionísio é um lusitanista que parece ter sido nado e criado no seio da família verde-branca. Com atletas desta têmpera, o Lusitânia será sempre o expoente máximo do Desporto Açoriano”.