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485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Do poeta-escritor Alexandre Oliveira


Segundo Sol

Olha que ás vezes é muito difícil responder a certas perguntas que que os demais companheiros formulam, e eu fico sem saber como realmente lidar com essas pessoas. Escrever parece ser muito difícil. Não é só ter uma ideia na cabeça, lápis e papel na mão, uma máquina que a gente possa digitar todos nossos sonhos. Tanto que eu chego a recordar de certo escritor. Ele trabalhava nos correios. O salário não era dos melhores, e ele gastava quase tudo em bebida , e o pouco que sobrava apostava em corrida de cavalos. 
A noite bebia sozinho, às vezes escrevendo poemas, não raro acordava no chão. Três décadas se passaram, e este sempre buscando expor seus trabalhos em revistas e jornais. E sem nenhum sucesso. Ele vivia ao léu, jogado pelas ruas dentre às piores consequências, drogas, jogatinas e prostitutas. Até que depois de uma vida de fracasso e auto depreciação, certa editora o procurou mostrando interesse nos escritos dele. Mesmo não podendo oferecer muito, e nem prometer boas vendas, apenas mostrava uma afeição incomum aos seus trabalhos, decidiu arriscar. 
Era assim a primeira chance real daquele que ora estava bêbado, apostando em corridas de cavalos, ora numa Sodoma dentre prostitutas e drogados. 
Até que uma pequena e modesta editora o procurou  oferendo a si uma oportunidade deste expor seus escritos numa página da mesma, não era lá grande coisa. E ele para a mesma respondeu.
_ Eu tenho duas opções: ficar entregando cartas e mensagens de amor , para aqueles que amam. Ou dar uma de escritor e morrer de fome. Depois de analisar essa onda toda resolvi, morrer de fome. E assim, pela sua persistência, por nele acreditar, três semanas depois este escreveu seu primeiro romance.
          Nunca deixem de escrever. Escreva, e se reinvente, abra sua janela para que o sol entre. Mesmo que este seja seu Segundo Sol. Mais uma oportunidade na sua vida. Ora vista que todos merecem sua segunda oportunidade. Eu , vivia sonhando , idealizando tudo de bom  para mim. Até que alguém que na realidade eu nem sei de onde estendeu sua mão , e eu fiz diferente. 

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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