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sábado, 25 de maio de 2019

Da poeta-escritora Maria Azevedo - Quando nascemos, dão-nos um nome.


Quando nascemos, dão-nos um nome. 

Mas o nome que nos dão só nos dá uma identificação, não nos dá uma identidade. 

Temos de nascer muitas vezes para conseguir essa identidade. Não é o nome que nos distingue, é a pessoa que somos. Aquela que conseguimos ser.

Aquela que queremos ser. 

Para sermos a pessoa que nascemos para ser, temos de nascer muitas vezes. 
Muitas. 

Voltamos a nascer quando nos nasce um filho.

Nascemos quando perdemos um filho. 

Nascemos quando perdemos alguém ou quando alguém nos perde. 
Quando alguém nos deixa pelo caminho. 

Nascemos sempre que sofremos. 

Sempre que precisamos de encontrar dentro de nós uma pessoa nova, uma pessoa que só conhecemos porque a vida nos põe à prova. 

Nascer para a vida cada vez que ela nos pede é uma prova de amor e as provas de amor colocam sempre à prova a nossa resistência, a nossa capacidade de sacrifício, a nossa humildade. 

Nascemos sempre que ajudamos alguém a nascer.

Nem toda a gente está disposta a nascer outra vez. 

Contenta-se com o nome que lhe dão.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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