Sol sem sombra
As luas enluaradas choram,
Já não sabem de ti,
O fresco orvalho das manhãs despertas e mornas, esqueceram os teus passos,
A água fresca da mina, passa o rego em silêncio, tem medo de te acordar,
Desconhece que não estás,
Que foste embora como a geada com a chegada do sol,
O sol, esse, pergunta ao despontar o dia se te viu chegar ou partir,
Não recorda de te ver regar as laranjeiras,
Nem sequer se lembra de nos ver ao luar, olhando as estrelas e fazendo confidências,
Os chilreio dos pintassilgos de pintas negras parecem lamentos,
Choram as rolas que antes cantavam,
Se calha, tem saudades tuas meu nada,
A noite silencia as palavras por dizer,
Grita muitas vezes os desassossegos das almas em busca de nós mesmos.
Morreram as madrugadas estreladas,
Os dias esfregam os olhos ao nascer,
Pestanejam saudades e afagam as memórias daquele amor,
Que nasceu, morreu e será eterno no tempo, pelo tempo que viveu,
Amou, cantou e bailou,
Respirou ao acordar lado a lado
E foi, ele, o amor mais amado.

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