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quinta-feira, 9 de maio de 2019

Da poetisa-escritora Manoella Calheiros - Sol sem sombra


Sol sem sombra

As luas enluaradas choram, 
Já não sabem de ti,
O fresco orvalho das manhãs despertas e mornas, esqueceram os teus passos,
A água fresca da mina, passa o rego em silêncio, tem medo de te acordar,
Desconhece que não estás, 
Que foste embora como a geada com a chegada do sol,
O sol, esse, pergunta ao despontar o dia se te viu chegar ou partir, 
Não recorda de te ver regar as laranjeiras,
Nem sequer se lembra de nos ver ao luar, olhando as estrelas e fazendo confidências,
Os chilreio dos pintassilgos de pintas negras parecem lamentos,
Choram as rolas que antes cantavam,
Se calha, tem saudades tuas meu nada,
A noite silencia as palavras por dizer,
Grita muitas vezes os desassossegos das almas em busca de nós mesmos.
Morreram as madrugadas estreladas,
Os dias esfregam os olhos ao nascer,
Pestanejam saudades e afagam as memórias daquele amor,
Que nasceu, morreu e será eterno no tempo, pelo tempo que viveu,
Amou, cantou e bailou,
Respirou ao acordar lado a lado
E foi, ele, o amor mais amado.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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