QUE SAUDADES EU TENHO DOS DIAS
DE BODO DA AGUALVA.
Ainda hoje sinto o cheiro e os sabores dos bons velhos tempos em que ia com a minha querida mãe passar os dias de bodo à casa dos meus avós, Manuel Aguiar e da minha saudosa avó Teresa mais conhecida pela (Teresa do capitão).
Tantas vezes me recordo quando ia para as festas da Agualva para a casa dos meus queridos avós, a minha saudosa avó Teresa, mal me via chegar com a minha mãe, arranja-me logo um Part-Time. E então era assim: Carlinhos não queres ir à venda a vavó, olha, vais à venda do sr. Manuel Patim, compras um escudo de temperos, um escudo de café preto, um quarto kilo de açúcar, um escudo de álcool verde e um litro de petróleo. Triste sina a minha que tinha dias que ia à venda algumas 5 ou 6 vezes, isso só da parte da manhã e o mal disso tudo é que nunca restava uns trocos para comprar uns rebuçados de frutas, porém não havia outros mas, contudo isso eu era um menino feliz porque depois dessas tarefas todas ainda me restava tempo para brincar com os meus primos e amigos que naquela altura viviam ali perto, o meu querido primo que muito estimo José Gabriel Aguiar, e também embora ainda muito pequenos os meus priminhos, José Aurélio Aguiar, a Dénia Aguiar, O João Aguiar, o meu amigo José Adriano Godinho mais conhecido pelo (Chocolatinho) e tantos outros que agora não recordo o nome mas, que ficaram marcados na minha memória da rua do "SACO".
Naqueles longíssimos e maravilhosos anos 60, tudo era bem diferente de hoje em dia, a casa dos meus avós não tinha grandes luxos muito menos luz eléctrica, televisão, telefones e ninguém sonhava com telemóveis mas, tinha forno e fogão de lenha que fazia uma comidinha que ainda hoje sinto aquele maravilhoso cheiro das comidas que minha avó e minhas tias faziam, não falando da massa-sovada que a minha avó fazia era de comer e chorar por mais, não havia manteiga nem queijo para acompanhar mas, havia muito amor e éramos uma verdadeira família pobres, mas limpinhos e honestos a começar pelo meu saudoso avô Manuel Aguiar que era um homem sábio e acima de tudo um homem que para fazer um contrato não era preciso assinatura, a palavra era suficiente, porque ele dizia um homem sem palavra é um homem sem carácter; Hoje em dia isso já não acontece infelizmente.
Ainda hoje sinto uma paixão enorme pela freguesia dos meus avós, minha mãe, tias/ tios/primos/primas e um enorme número de amigo que considero como os meus irmãos Agualvenses.
As gentes da Agualva é gente linda, gente que sabe receber e acima de tudo gente que não necessita de assinatura para firmar um contracto: A palavra vale mais que tudo.
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