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sexta-feira, 26 de julho de 2019

Recordando crónicas passadas - A Caravela e... Os Caravelas


A Caravela e... Os Caravelas

19 de Setembro de 2013  

Inovações são sempre inovações. Naquele tempo de outrora, quando surgia algo novo, insignificante que fosse, era um motivo de alegria, misturada com a festa da praxe. Hoje, por exemplo, e falo em relação à juventude, será diferente, atendendo ao fato que existem muito divertimento e claro está a internet veio ocupar grande parte do tempo. Não só para os jovens, mas também para os adultos e inclusivamente para a terceira idade, da qual me prezo de pertencer (tenho 68 em outubro passo para 70. Dá para entender...). O meu espírito continua e a memória também. Há dias um amigo meu do Canadá (João Maia), leitor das minhas crónicas, dizia-me: “liguei para o Luís Bretão e ele disse-me que a tua memória ultrapassa a escala do limite”. Nunca a medi, mas posso garantir que ainda hoje funciona em pleno. E basta confrontar o que já escrevi em A União no espaço 26 meses. São quase 220 crónicas (claro porque tenho duas edições por semana), ciclo (o novo ciclo) que teve o seu início em 10 de maio de 2010. Portanto, e vai mais uma de memória, mas esta com uma feitura de “caravela”. As velas, essas, passam pelo teclado do computador.
Já referi bastas vezes que, com muito orgulho, fui nado e criado no Corpo Santo, Bairro Oriental da cidade de Angra do Heroísmo. O bairro que foi um viveiro de jogadores e que, também, nas noites cálidas de cada verão, era um chamariz para a sua população e angrenses (nomeadamente) vindos de outras freguesias limítrofes, isto em função das verbenas que o Marítimo organizava aos sábados.
O Corpo Santo, que tinha várias mercearias: o José Pires (depois trespassou para Anibal Vaz), Manuel Basílio, Joaquim “maricas”, Raminha e Vieira. Era um movimento bonito de mercearia em mercearia. O Vieira registava maior afluxo quando apareciam os cromos da bola, cujo revendedor era o próprio genro, um continental “personna grata”.
Mas, de repente, Fernando Simões, irmão do enfermeiro Francisco Simões, abriu uma pastelaria a qual recebeu o nome de Caravela, de reduzida dimensão, mas bonita, com toda a higiene exigida para um estabelecimento do género. Era, de fato, o estabelecimento-modelo do bairro, apesar da sua pequenez. E com o decorrer do tempo, o Fernando passou a ser conhecido por Caravela, idem os filhos, Guilherme e Fernando Jorge. E porque a Caravela continuou sempre “à-vela”, também englobou os netos, os bons amigos Roberto Simões e Paulo Simões, este último atual diretor do Açoriano Oriental. Todos são conhecidos por Caravela. E os filhos destes, bisnetos do velho Fernando Simões?. Talvez não, ou quem sabe se apanharam com o que resta da Caravela?
Curiosamente, quando fui à Terceira em 2010 e almocei no Clube de Golfe, o Fernando Jorge, como sempre, lá estava a jogar. Ele que adora golfe. Meu irmão, que estava comigo, a dado momento disse-me: “já viste ali o Caravela?”
Pois é... Já se passaram mais de 50 anos e a Caravela continua a navegar. É obra"
Da minha passagem por Azores Digital 

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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