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segunda-feira, 1 de julho de 2019

SAUDADES DE DOIS GRANDES GALHOFEIROS


SAUDADES DE DOIS GRANDES GALHOFEIROS

Quando visitei a nossa terra em Dezembro passado (como um ano passou depressa), parei em alguns sítios que me fizeram recordar bons momentos vividos, desde a adolescência a adulto, sobretudo aqui e com estreitas relações de amizades em função do meu próprio percurso, para muitos ignorado, mas
tenho que ter o “desplante” (se eu não o fizer quem o faz? Os que ignoram? Os ciumentos? Os invejosos?) de passar a público que sou o único jornalista português (friso, português) com currículo ímpar. Para além de escriba (a completar 48 anos no próximo dia 10 de Março), fui árbitro de futebol (dois anos também em Angola), de basquetebol, de andebol, de futebol de salão, treinador dos escalões de formação (passagens pelo Lusitânia, Angrense, Sporting da Horta e Flamengos, e três vezes seleccionador da AFAH) e de seniores (Angrense, Madalena, Sporting da Horta e Flamengos), para além de Secretário-Técnico (Angrense), Secretário-Geral (Lusitânia), Secretário-Técnico Administrativo (Lusitânia), Director-Técnico (Flamengos) e, também, em 1982, coordenador do futebol jovem da Delegação dos Desportos de Angra. Achei que este era o momento de revelar esta situação, que muito me orgulha. E não conheço em Portugal nenhum jornalista desportivo que tenha passado por todos estes sectores. Se os há, até gostaria de saber...

Ora, numa das manhãs invernosas, encostei-me ao velho (remodelado, claro) edifício onde funciona o Athanásio e veio-me à memória os regulares encontros que mantinha com dois dos maiores galhofeiros que já conheci, na circunstância os falecidos Alberto Pereira Cunha e José Xavier Lopes. Era um delírio ver a troca de farpas (entenda-se no bom sentido e humoristicamente falando) entre Alberto Cunha e José Xavier Lopes. Quando dizíamos ao Lopes que ele era (foi) o maior artista que pisou os palcos da Terceira, ele dava sempre o seu sorriso, naturalmente de alegria. E quando ele chamava ao Alberto “de galhofa” era de partir a moca a rir. De fato, e bem vistas as coisas, eram dois galhofeiros de primeira água. Hoje, com uma lágrima no olho, recordo estes dois grandes amigos que sempre me estimaram e que consequentemente sempre apreciaram o meu trabalho nas diversas áreas. Inclusive, Alberto Cunha (que foi um bom dirigente do Lusitânia e dos árbitros, chegando também a ser colaborador do técnico Elvino Bettencourt), tinha o condão de ser um dos meus conselheiros, nomeadamente no tempo em que fui árbitro do CA da AFAH. Uma pessoa com vastos conhecimentos e que tinha o prazer de passá-los aos outros, com todo aquele seu espírito de humildade.

Amigos, quando eu aí chegar (só Deus sabe quando), vamos entrar numa de galhofa para recordarmos os nossos bons-velhos-tempos.

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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