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domingo, 18 de agosto de 2019

Da escritora Graziela Veiga - EM CONTAGEM DECRESCENTE...


EM CONTAGEM DECRESCENTE...

Quando estamos a atravessar o meio século, começamos a aperceber-nos de que a vida não é mais do que uma breve passagem, tão efémera e ténue, que quase não damos conta do tempo que passa...

Aceito de uma forma benevolente que afinal, tudo valeu a pena! Que cada momento, cada acontecimento teve uma finalidade, por vezes, aparentemente sem lógica, mas com um objectivo, porque quando falta algo, logo há um sucedâneo, sempre que saibamos interpretar o fenómeno, com destreza e lucidez. 

Penso que não devia ter-me preocupado tanto com o que não tinha importância, com o que só me atrapalhou e atrasou o meu desempenho enquanto pessoa. Passei muito tempo a tentar compreender o incompreensível, e enquanto isso, a vida ia passando, sem qualquer laivo de compaixão para comigo, pois a vida não se compadece dos nossos males, ela não estagna, apenas rasga caminho e prossegue o seu percurso.

Agora que estou ciente do quanto é breve esta passagem, quero beber cada momento que se me proporciona, como fosse único, irrepetível, para não ter que lamentar-me do que poderia ter feito e não fiz, ou ter amado e não amei. 
Quero viver mais de acordo com a minha consciência, pois ela determina o certo do errado, desde que bem formada. Aprender cada dia com aqueles que vêm ao meu encontro, ou eu ao encontro deles, com o objectivo de ganhar conhecimento, sabedoria, em detrimento de tudo que é trivial, que em nada vem acrescentar à minha pessoa. 

Estou naquela fase do pouco me importa com o que pensam a meu respeito, pois vivo a vida de uma forma plena, não convicta que sei tudo, pois sei que não, mas com a consciência que procurei o melhor em cada momento, que tive boas intenções, que não prejudiquei alguém deliberadamente. 

Sei que cometi alguns erros, mas também sei que errar é humano, e só não erra quem nunca tentou, ou fez alguma coisa em prol de algo ou de alguém.
Apesar de algum percalço, não foi impedimento de alcançar o fim a que me propus. Sempre esteve o dever acima de tudo, ou seja, o núcleo familiar. 

Sempre fui uma pessoa de esperança. Sempre acreditei em dias melhores, após grandes tempestades, houve bonança. Por onde passei, estabeleci amizades, algumas venceram pela veracidade, outras perderam-se, esfumaçaram-se, pois afinal nunca foram amizade, mas sim uma tentativa de aproximação com o intuito de vasculhar. Dessas pessoas já me livrei, e vou continuar a lutar por aquilo que acredito, e cada vez mais selectiva em relação às pessoas que eu desejo que estejam presentes na minha vida. Aquelas que me fazem sorrir, apesar de todas as intempéries. 

Não sou melhor do que ninguém, mas não abdico da minha paz a fim de participar em desafios gorados, que vêm camuflados de boas intenções. 
Quero viver o tempo que me resta de forma construtiva, optimista e persistente. Porquanto, é pela perseverança, trabalho e empenho que se alcança o almejado. E o que eu espero é Saúde, Paz e Amor, a fim de viver consentâneo com os meus ideais de vida. 

Não quero acrescentar mais amigos, quero preservar os que tenho, embora não sendo muitos, são sublimes. De uma forma enaltecedora, não descurando o principal, JESUS, AQUELE QUE NUNCA ME FALTOU! 

21-01-2019
Graziela Veiga

Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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