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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Recordando crónicas passadas - Facebook incomoda muita gente


IN A UNIÃO EM 01 DE AGOSTO DE 2010

Parece que o facebook incomoda alguém, pelo que cheguei a ler. Tenho que respeitar a opinião, sem, contudo, assinar por baixo. Longe disso. Para quem vive longe da terra, como é o meu caso (e de muitos mais conterrâneos espalhados pelos quatro cantos do mundo, sobretudo os emigrados), o facebook foi o meio ideal para reencontrar velhos amigos e companheiros. E eu que, há uns anos atrás, sempre gostava de cantarolar aquela canção bem conhecida, “amigo, amigo e companheiro, eu pago esta noite”. Sim, esta noite, porque alinhavei este escrito já de noite, pelas 19H00, hora de Brasília (22H00 nos Açores), em pleno Inverno, mas com temperaturas que rondam os 30 e 34 graus. É por isso que, face a estas bruscas mudanças de temperaturas que, de quando em vez, estou gripado, como acontece no momento em que tento restabelecer-me de mais uma forte virose. Mas fiquem descansados que o vírus não passa para esse lado através das letras. E mesmo quando aí for, penso para breve, se tudo correr de feição, espero estar bem imunizado contra qualquer tipo de doença, inclusive aquelas que são transmissíveis através do que se escreve. Essas, às vezes, são difíceis de arranjar o adequado antídoto.

Mas não há melhor terapeuta de que falar de amigos e companheiros de outrora, aqueles que, e voltando à carga, encontramos no facebook, alguns de forma surpreendente, como aconteceu agora com o Dr. Artur Goulart, residente em Évora, e que foi o meu primeiro chefe de redação quando entrei pela primeira vez neste jornal A União. Ao cabo, uma dupla de Artures, o Cunha de Oliveira (diretor) e o Goulart, pessoas que, pelo que me ensinaram, fazem parte daquela “ponte significativa” que me catapultou para um jornalismo forte e persistente. De Artur Goulart, ainda guardo aquele sorriso de pessoa extremamente equilibrada e, para, além disso, um excelente conselheiro, como, aliás, também o foi Cunha de Oliveira.

Nesta sequência, a professora de alemão e português, já aposentada, que vive em Lisboa, de nome Fátima Álvares, minha leitora e que, curiosamente, quando vivia na Terceira nos tempos de aluna do Liceu de Angra, habitou perto do triângulo Rua dos Canos Verdes, Quatro Cantos e Rua de Oliveira. Numa das crónicas em que falei desse mesmo triângulo, é que Fátima Álvares me descobriu, melhor dizendo, me identificou, se bem que não fui seu colega no Liceu, conforme pensou quando me abordou via email. É, realmente, uma pessoa (que também passou por Inglaterra) que vive os Açores, nomeadamente a ilha Terceira, onde estará brevemente.

Do João Raposo, de São Miguel, que me teceu alguns elogios relativamente à minha passagem pela “ilha verde”, a convite da Impraçor para chefiar o Jornal do Desporto, o que aconteceu nos anos de 1991 e 92. Um Bem Haja para este amigo, pelo calor das suas palavras.

Por fim, e para fechar com um sentimento redobrado, o fato de ter chegado ao meu conhecimento de que, mais uma vez, José Martins Galego e a esposa, Adriana Galego, estão de férias na Terceira, concretamente na sua casa sita em São Carlos. José Martins Galego que foi, indiscutivelmente, um dos melhores defesas (lateral-direito) que passou pelo Lusitânia e consequentemente pelo futebol açoriano. Grande amigo que jamais posso esquecer. De Angola, em Março de 1967, regressamos juntos para a nossa querida terra. Depois, ele voltou ao Lusitânia e eu entrei para o quadro de árbitros de futebol da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo, trazendo comigo uma tarimba de 197 jogos dirigidos em Angola, muitos deles no âmbito dos campeonatos militares que se disputavam por zonas. Dentro do campo, sempre nos respeitamos, ou seja, sempre lhe tratei por “senhor Galego” e ele por “senhor árbitro”. Mais tarde, estive em sua casa nos Estados Unidos (lá pernoitei) quando, em 1977, acompanhei o Angrense numa digressão aos Estados Unidos e Canadá. Em 1984, identicamente, juntei-me (também ao serviço de A União) à digressão do Lusitânia aos dois referidos países, Galego estava na Terceira de férias e conosco viajou para os States. Duas semanas depois, quando fui a New Jersey com o Nelson Paiva e o Benedito Lacerda Ribeiro (vulgo Bené), encontrei o José Galego na companhia do seu sogro Dimas Ávila (já falecido) numa conhecida cervejaria. Fizemos a festa do reencontro e a frase da praxe saiu simultaneamente: como o mundo é pequeno!

Boas férias, e muita saúde, meu grande amigo José Martins Galego.

NOTA FINAL – A frase do Dr. Artur Goulart: “Sabe bem encontrar velhos amigos. Um abraço de Évora”.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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