BEIJO DO VENTO.
Ao contemplar a vastidão da massa de água,
que no mar à minha frente se descortinava,
senti, aturdida, um calor a me preencher.
Era o abraço do vento morno a me envolver!
Agora, nada mais a mim importava!
Não podia e nem queria guardar a mágoa,
no meu coração abandonado sem piedade.
Com um triste sorriso, assim pensei:
"Melhor observar o que se passa ao meu redor"!
O sibilar do vento mais forte se tornou
e, acercando - se de mim, docemente sussurrou:
"Muitas coisas nessas minhas jornadas presenciei.
Gritos de guerra, gritos estranhos e de horror.
Pedidos de socorro, de clemência e tantos brados.
Tentei àquelas almas com mais força soprar,
de modo que as pudesse tanto ouvir como silenciar.
Quisera ter podido suas dores amenizar!
Fui impelido, por formações celestiais, a atacar,
na forma de tempestade e furacões locais.
O mar me empurrou fortemente!
Tentei, ás vezes e em vão, diminuir minha intensidade.
Outras vezes, em até três tempestades, me transformei!
Ouvi os apelos feitos por gente de bondade
e senti - me ainda com força de ajudar.
Essa é minha cruel realidade!
Quando chego perto de ti, eu me acalmo,
talvez por teres este belo semblante calmo!
Vi a tristeza pairar em teu sublime olhar,
Vim para te dizer :Aqui estou para te abraçar!
Todas as tuas desventuras irão devagar fenecer
nada deves , então, não voltaras a temer"
Um BEIJO forte ele me deu .
Depois, o vento simplesmente desapareceu!
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