JORNALISMO EM DESTAQUE

485º Aniversário da Cidade de Angra do Heroísmo

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Do escritor Liduino Borba - UMA PLACA PARA A CAMPA DA TURLU


UMA PLACA PARA A CAMPA DA TURLU


Por Liduíno Borba
geral@liduinoborba.com 

                                                    
A Turlu – Maria Angelina de Sousa – a maior improvisadora dos Açores, nasceu na Canada da Francesa (em frente ao Guarita da Terra do Pão), freguesia de São Mateus, ilha Terceira, no dia 5 de novembro de 1907 e faleceu em Toronto, Canadá, no dia 5 de janeiro de 1987. Casou-se em 1927 com Francisco Teixeira Borges, de quem enviuvou em 1971. Casou-se com o Charrua no dia 8 de dezembro de 1973, na igreja paroquial de São Mateus.

Foi mais de uma dúzia de vezes cantar à América e Canadá. Ganhou o primeiro prémio e medalha de ouro, com o respetivo diploma, no Torneio de Poesia Popular, realizado no ano de 1934, no Teatro Angrense.

A Turlu começou a dizer cantigas com a idade de sete anos. Porém, só se estreou a cantar aos quinze anos, na freguesia de S. Bartolomeu, com o falecido improvisador António Dias. Compôs imensos «enredos» para danças e publicou pequenos opúsculos sobre vários casos passados na ilha Terceira. Esta cantadeira era dotada de uma intuição natural, que se reflete na rusticidade e no realismo das suas expressões.

No ano de 1974, seguiu na companhia do marido – o Charrua – para Toronto, Canadá, onde viveu até ao seu falecimento, em 1987.

No dia 21 de novembro de 1981, realizou-se uma grande cantoria de despedida à Turlu e ao Charrua, no grande Salão da Igreja de Santa Helena, em Toronto. Em 28 de Agosto de 1983, foi realizada também uma grande cantoria e festa de despedida ao casal, na antiga Praça de Toiros de São João, em Angra do Heroísmo.

Como se disse, Turlu, faleceu no dia 5 de Janeiro de 1987 e foi sepultada no dia 7, em Holy Cross Cemetery, situado em 8361 Yonge Street, Thornhill, Ontário, L3T 2C7, Toronto, Canadá, na Secção 22, Série 58, e Sepultura 73, sem qualquer placa identificativa, apenas o número 73 referido, muito pouco para a “rainha” do Improviso dos Açores, parecendo como que abandonada ao seu destino. Foi essa injusta falta de identificação da sepultura que foi agora corrigida por pessoas de boa vontade, todas residentes no Canadá. Manuel Tomás, improvisador, e Johny Homem, da J H Productions, meteram mãos à obra e, com o patrocínio de Luís Manuel Dias, colocaram uma PLACA IDENTIFICATIVA na campa da Turlu. Agora sim sabemos onde está sepultada a “Rainha da Cantoria”.

Tudo isto culminou com uma homenagem à grande improvisadora, junto da sua campa no referido cemitério, no dia 12 de maio de 2019. A homenagem foi prestada com uma cantoria junto da sepultura, pelos improvisadores Armindo Amarante e Manuel Tomás, acompanhados pelos tocadores António Ferreira e António Silva.

Esta fase está muito bem resolvida. A seguinte seria a trasladação do corpo para o cemitério da sua freguesia de São Mateus, mas só com o apoio de entidades oficiais.

Que descanse em paz.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

Sem comentários:

Enviar um comentário