Nestes longos anos de carreira, obviamente que transporto comigo uma lata experiência jornalística, para mais que, para além de correspondente de grandes jornais, também passei pelo sector de chefia e editor por inerência. Infere-se, desde logo, que convivi com muitos colegas de relação e com colaboradores dos jornais por onde passei ao nível regional, nomeadamente A União, Diário Insular e Açoriano Oriental, o mais antigo jornal do país e creio que o quarto à escala europeia. Em outro patamar, a minha passagem por “A Bola” (20 anos), Record (8) e uma colaboração esporádica em “O Jogo”, jornal do norte do país.
Nestas coisas do jornalismo, tais como em outras áreas, existem sempre as rivalidades pessoais. Umas por se querer ser o melhor, outras por inveja, o que, no meu entender, constitui uma gritante falta de profissionalismo e, sobretudo, uma falta de preparação que, pelo próprio facto, cria no seio de uma redacção um mal-estar. Conheci muitos casos em que alguns só estavam “realizados” quando criticavam o trabalho dos companheiros. Como eu sempre classifiquei os tais que, ao longo do tempo, marcaram passo. Como se diz na gíria militar, não passaram de primeiros cabos. Por ali ficaram até ao dia da aposentação, se bem que, na sequência desse demérito (igual a falta de valores, profissionais e humanos), alguns viram a sua carreira terminar muito cedo. E por quê? É comezinho de se atentar que, nestes casos, pesou a falta de credibilidade. Estas situações também se constatam nas rádios e nas televisões. Incorporei-me (editor e colaborador) em algumas rádios e deparei com o mesmo cenário.
Ora, vem isto a talho de foice, o problema que subsiste há várias décadas, ou seja, a rivalidade entre São Miguel e Terceira e onde, na maioria dos casos, se verifica um exagero que considero inadequado nos tempos que correm. E quando falo em exagero, a reflexão para o que se passou recentemente na Rádio Televisão Portuguesa – Açores na entrevista em que protagonizou o atual presidente do governo que, obviamente, se limitou a responder às questões colocadas pela jornalista Berta Tavares que, em abono da verdade, demonstrou um bairrismo que em nada dignifica a própria estação e, claro, a classe jornalística, mas quando se fala em classe, e vista por outro prisma, nem todos têm classe para se apresentar em público. E Berta Tavares foi isso mesmo, uma jornalista tendenciosa e sem classe. E mais não digo. E quando se fala de jornalistas isentos, despidos de rivalidades entre Terceira e São Miguel, um dos espelhos está em Osvaldo Cabral, diretor do jornal Diário dos Açores. A esse sim, todos nós tiramos-lhe o chapéu.
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