Da escritora Graziela Veiga - MÃE QUE É MÃE, É CHATA

MÃE QUE É MÃE, É CHATA

As mães são uns seres maravilhosos que não pertencem a este mundo como a maioria dos comuns mortais, mas fazem parte do nosso mundo, neste e para além...pois jamais serão esquecidas.

O coração das mães nunca se engana. São uma espécie de despertadores, sempre atentas, embora, por vezes, se façam distraídas.

As mães nunca dormem um sono descansado, pois elas sentem o coração dos filhos a pulsar no seu cérebro, qualquer coisa que aconteça, as mães são as primeiras a aperceberem-se, mesmo que nada digam.

As mães, por vezes, aparentam dupla personalidade. Elas querem que os filhos mantenham a calma perante as adversidades da vida, mas não os deixam descansados por muito tempo, ou seja, elas sentem necessidade constante de interagir com os filhos, chamando-lhes a atenção para mil e uma coisas...

As mães são as primeiras a detectarem os defeitos dos filhos, mas jamais permitirão que alguém os enumere. Só elas têm esse direito, isto é, só elas podem zangar-se, chamar a atenção para o que está mal, mas se isso os afecta, logo metem a sua bandeira de misericórdia, quase arrependidas de os terem feito sofrer.

As mães também se cansam, e muito...mas quando se trata de um filho, parece que todo o cansaço desaparece e tão depressa ficam cheias de vitalidade, capazes de revirar este mundo e o outro. Quando o motivo é o bem estar dos filhos, não há cansaço que se lhes resista.

As mães aparentemente nunca estão doentes, pois por mais doentes que estejam, enviam todos os esforços para que tudo decorra aparentemente na normalidade. A doença das mães raramente é manifesta, especialmente quando se trata de fazer algo em prol dos filhos, eles têm prioridade, tudo o resto, é secundário.

As mães também choram...mas tudo fazem para que as lágrimas não apareçam. E se aparecerem, a causa é sempre outra, nunca os filhos, esses jamais se devem aperceber que são o principal motivo das suas lágrimas...por isso, usam eufemismos.

As mães são umas chatas. Estão sempre a perguntar por tudo o que os filhos têm de fazer. Recomendam agasalhos para não se constiparem. Aconselham a todas as horas, mesmo que os filhos tenham crescido, continuam "crianças", de vez em quando, irresponsáveis, nos corações das mães.

As mulheres renascem, ou seja, sempre que são mães, nascem com os filhos e com eles vivem para toda a vida.

As mães trocam os dias e as horas quando não têm tempo...mas nunca trocam os filhos por nada nem por ninguém. Eles são uma das razões de viver de todas as mães, ou melhor, a maior das razões, porque ser mãe é estar constantemente com o pensamento acompanhado. A felicidade dos filhos é a felicidade das mães!

As mães nunca mais estarão sós, desde que os filhos nascem. Os corações entrelaçam-se e mesmo que a distância os separe fisicamente, não há longitude suficiente que os impeça de se amarem eternamente.

19.05.2020

Graziela Veiga