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terça-feira, 12 de maio de 2020

Da poetisa-escritora Maria Azevedo - Madrugadas...


Madrugadas...

Gaivotas enluaradas de espanto...
Noites de branco...
Noites de escuro...
Vestem-se os meses...
Veste-se a vida...
E o rosto muda,
Como estações,
Achadas, perdidas...
Nas rugas que se espalham pelo sentir,
Ainda há um sorriso,
Escondido...
Que espreita,
Ainda há uma criança,
Soletrando o verbo esperar...
Eu espero...
Eu espero...
E resta esta palavra agri-doce,
No canto da boca...
E a menina que sonha,
Desata o aperto do laço...
E corre como o vento por nuvens...
E quando uma lágrima deslizar,
Ainda...
Uma vez mais,
Voltará a renovar o verbo sonhar...
Pobre menina...
Que não sabe cansar-se de tanto desejar!
Ah! menina!
Se eu pudesse,
Dava-te um colo de embalar...
E um coração encharcado de luz,
Para te consolar...!
Mas não tenho, menina...
Só duas mãos,
Feitas de água,
Sem ponta por onde lhes pegar!
Mizé
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Redator do Portal Splish Splash e do site oficial da Confraria Cultural Brasil-Portugal. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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